• Nome: Vítor Alberto Aragonês Miranda
  • Data de Nascimento: 1967
  • Residência: Portalegre (freguesia da Sé).
  • Actividade profissional: Professor de Educação Musical.
  • Função no Grupo de Cantares: Director musical, músico.
  • Entrevista: 2010/2/11_ Portalegre_Sede do Grupo de Cantares

"A recolha, portanto, sempre foi feita, não é? Houve um período do Grupo de Cantares, se calhar, também por motivos de organização, de logística, por andarmos com a casa às costas e, portanto, andámos com outras preocupações em que, se calhar, também não terá ficado esquecido, mas também se calhar um bocadinho menos de disponibilidade e esse trabalho acabou por ficar um bocadinho mais descorado. Mas temos continuado a fazer, e continuamos, e neste momento temos, por exemplo, recolhas agendadas. Apesar disso às vezes ser um trabalho ingrato porque às vezes temos contactos com uma outra fonte, e não vamos imediatamente, e já nos aconteceu… Lembro-me claramente de uma situação em que havia duas pessoas, penso que em Alegrete, em que entretanto, entre uns meses, se calhar um ano, não fomos imediatamente e, portanto, houve uma pessoa que faleceu e a outra, portanto, a cabeça deixou de funcionar como devia e, portanto, já não conseguimos fazer aquela recolha.

E portanto, por isso mesmo, desde a um ano ou dois a cá temos estado a contactar os lares de terceira idade, onde estão grande parte dessas pessoas, mais antigas claro, com mais idade, e que vamos, digamos que deslocalizamo-nos o ensaio. E com isto por um lado tentamos também animar aqueles espaços (sentimos que por um lado necessitam, por outro lado também nos sentimos com alguma responsabilidade nesse campo e, portanto, sempre que podemos fazemo-lo, propomos fazer esse tipo de espectáculo e sempre que nos é feito o convite, aceitamos fazer esse tipo de espectáculos com a melhor das vontades e até porque é um público que nos recebe sempre bastante bem), por outro lado esse mesmo pequeno espectáculo...

Aquele momento serve para desinibir as pessoas e, portanto, naturalmente, quando estamos a cantar, as pessoas começam: “ai, eu conheço essa, mas essa não é bem assim! Ai, eu conheço, mas é de outra maneira! Ai, atão ouçam lá esta agora…” – não é? E, portanto, acabamos por ter ali, às vezes, sem querer, mais, sei lá, em vez de termos uma ou duas pessoas, se calhar temos quatro ou cinco, portanto, a querer-nos cantar algumas coisas. É claro que nesses momentos aparece um bocadinho de tudo, não é? Aparece a Amália Rodrigues e o Marco Paulo tudo misturado, não é? As pessoas não conseguem fazer essa separação, mas portanto surge-nos imenso material."