Inventário PCI

Falas do auto da Paixão

Vimioso

"Falas do auto da Paixão" - Falas diversas de Nossa Senhora com vários interlocutores ao longo do Auto da Paixão.

Maria Vara, 1955. Vimioso

Registo 2010.

Fragmento de Teatro popular (religioso) A uto da muito dolorosa paixão de Nosso Senhor Jesu Christo conforme a escrevem os quatro evangelistas . De Francisco Vaz de Guimaren, da edição de 1820, feita na Officina de Antonio Nunes dos Santos.

Fonte: http://tpmirandes.no.sapo.pt/AutoPaixao_PagInicial.htm, [consultado em 17-02-2011].

 

Transcrição

[Falas do Auto da Paixão]

 

«- Ia Jesus, aproximou-se dela, e ela disse:

 

[N. Sra. Em resposta a Cristo:]

 

Filho meu, e meu amor,

de temor estou cercada,

estou tão cheia de dor

que não sei, Filho e Senhor,

como seja consolada.

Que fico desamparada

de esposo, filho e senhor,

nesta vida tão cansada,

tão cheia de temor.

 

[N. Sra. em diálogo com Cristo:]

 

Filho meu, por tantas vezes,

pedi oração ao Pai.

Filho meu, não desprezes

os abraços, choros e preces

desta tua triste mãe.

 

[N. Sra. pergunta a Verónica:]

 

Vistes por aqui passar o meu Filho?

A quem tanto eu amava? - E depois lá vem a Verónica e outras, mas em proporção…

 

E depois:

 

[N. Sra. Em resposta a Cristo:]

 

Filho meu, e meu amor,

de temor estou cercada,

estou tão cheia de dor,

que não sei, Filho e Senhor,

como seja consolada.

Que fico desamparada,

triste, só e sem ninguém,

nesta vida tão cansada,

por vós Filho amargurada

de ser sempre me convém.

 

[N. Sra. em resposta a Cristo:]

 

Pois não se pode escusar

a esta tão triste partida,

mas quero-vos Filho abraçar

para que vos queirais lembrar

da minha tão triste vida.

 

[N. Sra. pergunta a Verónica e outras:]

 

Vós outras que passais

por esta vida mesquinha,

rogo-vos que me digais

se tendes penas mortais

tamanhas como estas minhas?

 

[N. Sra. em resposta a S. João:]

 

Ai, dolor, dolor, dolor!

Ai, dolor! Tanta tristeza!

Como posso triste ouvir

que meu filho há-de subir

à Cruz, e tão cruel morte!

Ó que esperança terei,

triste, mais triste que todas!

Com quem me consolarei,

pois meu Filho que gerei

lhe deram tão tristes bodas!

 

Vós outros que passais

por esta vida mesquinha,

rogo-vos que me digais

se tendes penas mortais

tamanhas como estas minhas?

 

 

Vós outras, todas mulheres,

vede que consolação,

que alegria e que prazer

que manjar e que comer,

que triste novas

me dão de meu filho?

Aquele que não tem Pai,

em graças feições reais,

sobre as virtudes lustrosas…»

Maria Vara, Vimioso, Outubro de 2010

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caraterização

Identificação

Tradições e expressões orais
Manifestações teatrais e performativas
Falas do auto da Paixão
1955
Maria Vara
Comerciante

Contexto de produção

Contexto territorial

Vimioso, estabelecimento comercial
Vimioso
Vimioso
Bragança
Portugal

Contexto temporal

2010
Hoje sem periodicidade certa. Encontros informais e iniciativas do Município de Vimioso

Património associado

Transmitidas aos serões, em quotidianos de trabalho e lazer.

Contexto de transmissão

Estado da transmissão
ativa
Descrição da transmissão
Agentes de tramissão

Residentes do concelho de Vimioso que são convidados para iniciativas do Município e Biblioteca de Vimioso. Principais actividades desenvolvidas que estas manifestações culturais:

Sons e Ruralidades em Vimioso

ANAMNESIS - Encontro de Cinema, som e tradição oral.

Feira de artes, ofício e sabores

(ver links em documentação)

Idioma
Português

Equipa

Transcrição
Maria de Lurdes Sousa
Registo vídeo / audio
José Barbieri
Entrevista
José Barbieri e Filomena Sousa
Inventário PCI - Memoria Imaterial CRL