• Agostinho Miranda Alfaia
  • Data de Nascimento: 1963
  • Residência: Portalegre (Freguesia de São Lourenço)
  • Actividade profissional: Comercial.
  • Função no Grupo de Cantares: Cantor e músico.
  • Entrevista: 2010/2/11_ Portalegre_Sede do Grupo de Cantares

“A raiz, acho que não tem outro sentido que não seja o convívio. Um bom convívio! E isso – o petisquinho – sem dúvida. O petisquinho, o almoço e, depois do almoço, com mais um copinho e tal as pessoas ficam mais desenvoltas para poderem dizer umas anedotas e depois vêm as cantigas, não é? E aqui ainda existe. Os meus irmãos (embora eu esteja um bocadinho afastado aqui de Portalegre, como disse, por razões profissionais), mas aqui ainda há pouco o meu irmão me tinha convidado para ir a um petisco desses. E lá está, sem dúvida, que isto das cantigas sem esse… Acho que está muito ligado a essa tradição do petisco, da anedota, da cantiga e depois da sesta,

A minha vida sem o Grupo de Cantares não sei o que seria porque depois esta experiência da partilha, do convívio com todas as pessoas que… Nestes anos todos – porque que estive logo no início do Grupo de Cantares, não é? –, portanto há vinte e seis anos (está a fazer vinte e sete anos de Grupo de Cantares), portanto, a minha vida mistura-se muito com o Grupo de Cantares.

Dizer que, realmente, o Grupo de Cantares são as pessoas, não é? As pessoas que cá passaram. As pessoas que fizeram, nestes anos todos, contribuíram de alguma forma com a sua… Uns melhor, outras menos bem, mas isso… Agora, toda a gente contribuiu para aquilo que tem sido o percurso do Grupo de Cantares, não é?

Recordar toda essa gente e dizer também que há tanto para fazer! Que espero que… Embora o nosso director artístico faça um trabalho fantástico também. Eventualmente, eu acho que a vida dele também se confunde um bocadinho até com o próprio Grupo de Cantares, tal como eu (embora eu seja um bocadinho mais antigo no grupo). Mas acho que o trabalho todo que ele faz, sem dúvida, que encarna realmente um espírito fantástico do grupo (o próprio Vítor Miranda, como músico técnico que é).

Mas penso que há muito para fazer. Acho que… Nem vamos acabar. Eu espero não acabar! Essa tarefa, sem dúvida nenhuma, de continuarmos à procura dos tesouros – que há tantos, tenho a certeza – por descobrir nesses depósitos lindos que temos ainda aí de pessoas, seniores, não é? Que nos podem transmitir ainda tanta coisa. O Grupo de Cantares tem esse papel. “