Inventário PCI
Montemor-o-Novo
"É tão triste a minha vida"- Quadra glosada em décimas no feminino, sobre a doença.
António Inácio, Ano de nascimento 1931, Montemor-o-Novo, Registo 2012.
Transcrição
É tão triste a minha vida
É tão triste a minha vida
Isto assim não é viver
A minha saúde está perdida
E eu já só me resta sofrer
Já não posso fazer nada
Tenho tanto que fazer
Ai de mim, o que vai ser?
Sou uma mulher parada
Tão nova fiquei desgraçada
Não posso fazer a minha lida
Se for Deus que me castiga
Ao dar-me este sofrimento
E é por isto que eu lamento
Que é tão triste a minha vida
Quem eu era já não
Algum tempo fui alguém
Se agora não sou ninguém
É por estar como eu estou
A minha saúde abalou
E o que é que hei-de fazer
Já só me resta dizer
Tirei que viver assim
E se este mal não tiver fim
Isto assim não é viver
Gosto tanto do meu lar
Da minha casa, que é o meu ninho
A quem dei tanto carinho
E agora não posso dar
Isto é de lamentar
Eu viver nesta fadiga
Não tenho a esperança perdida
Por viver nesta ansiedade
Mas tenho tanta saudade
Da minha saúde perdida
Tenho fé, tenho virtude
Tenho gosto de viver
Tenho o que devia ter
Mas falta-me ter saúde
E até hoje ainda não pude
Esta doença vencer
Não tenho nada a esconder
Nem vou mudar de atitude
Mas se não achar a saúde
Só já me resta sofrer
Informante: António Relvas Inácio
2012/Montemor-o-Novo
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Em eventos culturais, excursões e actividades organizadas pela junta de freguesia ou município de Sobral de Monte Agraço