Ajudar presos e pescadores

Antes de ir para a França, andava de chauffeur desse barco que foi para o fundo. Andava de chauffeur desse barco que foi para o fundo e então um chefe foi lá, que lá estava, das Berlengas. Comunicou para um avião. Um barco vinha a passar aqui fora do Cabo e esse avião veio de lá de coiso e pôs o barco no fundo para um avião alemão. Pôs o barco no fundo. E esse homem depois veio preso aqui para a Fortaleza. Mas esse homem lá nas Berlengas, que era um grande chefe, era o que me reparava os motores e tudo lá. Ele é que me reparava os motores, dava-lhe marisco, dava-lhe aquela coisa toda. E tinha pena do homem. Tive sempre pena do homem. E esse chefe foi logo. Vieram-me avisar que queria falar comigo. Fui ali à Fortaleza ver o que é que ele queria. Foi para passá-lo ali para a Praia dos Banhos. Mas houve um malandro que foi fazer queixa de mim e, por causa disso é que eu fui para à França.

Arrearam o homem com lençóis amarrados uns aos outros. Com lençóis amarrados uns aos outros. E era um homem ali para aquela Baixa que tem ali de fora. Uma vez naquela Baixa eu fui lá buscá-lo; ninguém lá quis ir e fui lá eu. É verdade. […]

Eu cheguei a ver embarcações de vela ali para o Sul da Berlenga. «É pá! Ih, que nortada que está aí! Aquele coitadito vai ali…» E ia lá buscá-los de reboque. É verdade. E trazê-los até aqui para Peniche e ficarem aqui em casa.