Inventário PCI
Esposende
"O sargaço na masseira" - Explicação de como era utilizado o sargaço como adubo nas masseiras.
Manuel da Silva, Ano de Nascimento 1935, Apúlia. Registo 2010
Transcrição
O sargaço na masseira [1]
O adubo das terras era o sargaço, não é? Eu conheço isto desde muito pequenino, porque o meu falecido pai foi para o Brasil em 1939. Eu estava a fazer os meus quatro aninhos. E a minha mãe ficou com três filhitos. Cabíamos todos três debaixo dum cesto! E ali começámos. Ora… Para se conseguir…
O adubo para as terras era então o sargaço. Íamos apanhar o sargaço à praia; secávamos o argaço nas dunas e depois armazenava-se numa barracazinha que a gente tem própria nos campos e, quando chegasse à altura de fazer as sementeiras, a gente mudava: tirava o sargaço de dentro das barracazinhas, colocava no terreno, estendia-o e depois cavava-se à enxada. Era tudo cavado à enxada. Que até ainda actualmente eu faço isso. Vou apanhar o sargaço, ponho a secar, armazeno lá na barracazinha… Tudo à enxada ainda. Tudo à enxada. Mas claro que é uma área muito reduzida, senão não podia fazer. Vamos tirar o sargaço da barracazinha, estendemos no coiso, cavamos à enxada e vamos preparando tudo. E depois fazemos a sementeira. Mas isto… Tudo isto é muito árduo, porque é tudo à mão. Tudo à força do homem! Da broa, como se costuma dizer, não é?
[1] Forma de agricultura característica das freguesias de Estela, Navais e Aguçadoura (Póvoa de Varzim), Apúlia e Fão (Esposende).
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Comunidade agrícola da Apúlia.