Inventário PCI
Alenquer
"O pobre trabalhador" - Quadras populares sobre a vida dura do trabalhador explorado pelo seu patrão.
Carlos Rodrigues, Ano de Nascimento 1940. Lajes da Freiria. Pereiro de Palhacana.
Poesia - Quadras
Transcrição
O pobre trabalhador
"Ouvi o velhote contar estas quadras. E um dia chegou lá à taberna e estávamos lá a contar umas coisas e ele saiu-se com esta. E eu nunca mais o larguei enquanto não aprendi. E então é assim:
O pobre trabalhador
Em tudo é explorado
Até nas horas de comer
Muitas vezes é roubado
Quando vai para o trabalho
Não ouve senão más respostas
Se por acaso ainda lhe dá as costas
Logo com ele há um ralho
Nunca as coisas lhe calham
Nada vai a ser favor
Se um homem fala, é doutor
Tem esta sorte cruel
Todos querem tirar a pele
Ao pobre trabalhador
Mandam o homem ao almoço
Aquilo é comer e andar
Se por acaso calha-se em descuidar
Leva a caldeira ao pescoço
Engole muito bocado grosso
Porque não consegue mastigar
Tem que dar aos queixos com cuidado
Para o patrão o explorar
E há por aí um certo caseiro
Faz gala em ser maroto
Anda sempre a roubar para outro
Ainda é pior que o fazendeiro
E naquele tempo os caseiros andavam sempre com um pau muito grande, um pau, assim encostados… Um pau de junca, chamava-se um pau de junca. E quando a coisa não corria bem, era com o pau em cima deles.
Havia os apontadores. Os apontadores é que chegavam lá, iam tirar o apontamento às pessoas que trabalhavam lá. Depois começavam: fulano tal, fulano tal, fulano tal… Para fazer a folha, porque só assim é que eles conseguiam fazer a folha para pagar ao fim da semana."
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Histórias partilhadas nos tempos de lazer e em festas e romarias. Actividades promovidas pelo Município.