Inventário PCI
Relato sobre partidas que se faziam em encruzilhadas
Brincadeiras para assustar baseadas nas crenças no sobrenatural.
Transcrição
- "Nessa freguesia, no caminho de um lugar para o outro, havia um cruzamento. Então aquelas pessoas espevitadas, que gostavam de fazer malandrices, pegavam numa abóbora, pintavam-na e fazia uma caricatura na abóbora. Desenhavam, faziam assim uma cara e punham uma vela a arder e punham no cruzamento. Mais do que uma, até! Mais do que uma, uma aqui, outra ali outra acolá. Ninguém podia passar lá, tudo se assustava.
E tinha morrido ali naquele sítio já há anos um senhor. Havia um cruzeirinho ali numa beira - aquilo depois até desapareceu de lá, quando fizeram a estrada.
Mas as pessoas de antes eram muito mais (...) crentes em coisas assim. Se fosse agora que fizessem coisas que fizeram naquele tempo a gente já não acreditava. Andam as pessoas a fazer mal umas às outras, era uma estupidez. Havia brincadeiras estúpidas. De se porem com um lençol pela cabeça, também num cruzamento ou atrás duma cancela e fazer umas vozes esquisitas a assustar as pessoas. Às vezes as pessoas ficavam nervosas para sempre. Era uma estupidez. Eram brincadeiras estúpidas."