Inventário PCI
Relato sobre engenhos movidos a água.
Memórias relativas a tecnologias tradicionais (serrações de madeira; moinho de azeite, movidos a água corrente)
Transcrição
- "Nós tínhamos cá na freguesia três engenhos a serrar madeira movidos a água. E vejamos o tempo de hoje e o tempo daquele tempo, esses engenhos, no mês de maio ainda havia água para os volver e hoje [não].
A gente, quando ia para a barreira, nós chamávamos (…), era onde ele soldava a correr naquele chão, por cima daquela erva. Então punha-se umas pedras, uma aqui, outra ali, outra acolá e a gente ia de pedra em pedra para passar esse canal de água, para passar lá para o lugar da barreira. E mesmo no mês de maio ainda havia água para esses engenhos serrar.
Havia três engenhos, conheci-os todos. Para a represa era o do azeite, porque ainda não era aquele inverno pesado e por vezes é que era preciso represar a água para fazer a moedura, para moer a azeitona. Lá enchiam uma - é aquela história do Manuel de Espinho, naquela noite - tinham lá uma represa em cima, tapavam-na e só abriam para moer aquela parte, depois ficava tapado para a próxima moedura. Mas os da serra, (...) os da serra trabalhavam quando havia água, não tinham erva. Os da serra já era água contínua, um regato de água a correr. É, foi uma muda muito grande, a questão da água foi uma muda muito grande."