Inventário PCI

O que tens ó minha filha

Canção sobre Maria, que enganada por José se decide vingar, cantada de cor, de um folheto vendido na feira.

Romanceiro (IGR 0172 Veneno de Moriana); estrófico (redondilha maior)

Transcrição

- "Esse dos folhetos que vocês falavam, que andavam a vender nas feiras. Tinha muito. Pelo menos dois sabia. Talvez um ainda saiba, mas outro não.

 

O que tens ó minha filha, vejo-te sempre a chorar?

- Que hei de ter ó minha mãe, hoje o Zé vai-se casar.

- Bem te disse ó minha filha, não quiseste acreditar

Que os passos que o José dava eram para te enganar.

- Deixe lá ó minha mãe, [………] que aqui estou,

 Hei-de enganar o José como ele me enganou.

E de acolá vem o José em cima do seu cavalo:

- Boa tarde ó Maria, como vais e tens passado?

- Boa tarde ó José, se isto é de agradecer…,

É verdade que vais casar, que me vieram dizer?

- É verdade ó Maria, já te venho convidar.

- Espera aí um bocadinho, que o vinho te vou buscar.

 

Pronto, deitou-lhe lá o [veneno]. Ele começou-se a sentir zonzo.

 

- Que lhe deitaste ao copo, que lhe deitaste ao vinho;

Já estou doido da cabeça, já não sigo o meu caminho.

A minha mãe pensava que tinha o seu filho vivo.

- Também a minha pensava que tu casavas comigo.

 

Eu até guardava estes folhetinhos todos."

- "Comprava onde?"

- "Na feira. Há feira à sexta-feira. Iamos à feira. E eu sempre gostei muito, gostava de ler versos e assim. Eu pedia qualquer coisa à minha mãe para comprar os folhetinhos."

 

Caraterização

Identificação

Tradições e expressões orais
Anézia Esteves, Maria Amélia

Contexto de produção

Contexto territorial

Cavaleiro Alvo
São Paio
Melgaço
Viana do castelo

Contexto temporal

2022

Património associado

Contexto de transmissão

Estado da transmissão
Descrição da transmissão
Agentes de tramissão
Idioma

Equipa

Transcrição
Laura del Rio, Paulo Correia
Registo vídeo / audio
José Barbieri
Entrevista
Filomena Sousa, José Barbieri
Inventário PCI - Memoria Imaterial CRL