nome: | Romances e Vozes do Cordel |
instituição: | IELT/Memória Imaterial |
evento: | Contemfesta 2011 |
data: | Novembro 2011 |
local: | Pereiro de Palhacana, Alenquer |
Romances e cantigas de cego recolhidas pelo projecto MEMORIAMEDIA em Alenquer, Beja, Idanha-a-Nova e Vimioso. Segundo o estudo de Teófilo de Braga sobre a evolução da literatura de cordel em Portugal, existem três épocas marcantes – a mais fecunda durante o século XVI, outra durante o século XVII, menos fecunda e dominada por géneros como os milagres, sermões e a vida dos santos e uma terceira no século XVIII dominada pela Irmandade do Menino Jesus dos Homens Cegos a quem foi dado o privilégio de venda dos folhetos de cordel, ou seja, a uma associação de cegos (Ramos, 2008). Para promover as vendas, os cegos cantavam os romances publicados nos folhetos chamando a atenção para os casos mais insólitos ou dramáticos. Esses textos eram muitas vezes decorados por quem os lia e, através da transmissão oral, estas cantigas circulavam de feira em feira e de lugar em lugar. Acontecia ainda a leitura partilhada ou comunitária dos folhetos, onde quem sabia ler, lia para um grupo de pessoas que não sabiam ler nem escrever. Por sua vez, mesmo entre os analfabetos, algumas pessoas memorizavam as cantigas para mais tarde reproduzir entre familiares e amigos. Realização e texto Filomena Sousa NOGUEIRA, Carlos, (2004), O essencial sobre Literatura de Cordel Portuguesa, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda RAMOS, Ana Margarida, (2008), Os monstros na Literatura de Cordel Portuguesa do século XVIII, IELT/FCSH-UNL, Lisboa – Edições Colibri. |