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"A ideia é percebermos a matéria-prima que temos, muito claramente. E percebermos quem é que é capaz mais de fazer este tipo de vozes e quem é que é mais capaz de tocar aquele instrumento, portanto, não havendo propriamente, na maior parte das vezes, os instrumentistas fixos. Portanto, neste tema toca este bombo, tal como a seguir já toca reco e aquele simplesmente canta, não é?
Agora nalguns temas é feito algum jogo de vozes, tentando também enriquecer os temas. Nalguns temas muito naturalmente, porque sabemos também que nesta região, portanto, não era muito usual o jogo de vozes, quando muito algumas “terceiras” – conforme se costuma dizer em termos musicais. Poderiam existir, e existe nalguns temas, principalmente os temas de saias são cantados, portanto, por exemplo, apenas solista e resposta pelo coro em uníssono. Agora existem também outros arranjos – tal como tentámos fazer alguns arranjos em termos instrumentais, tentámos também fazê-lo em termos vocais – e, portanto, temos por exemplo vozes… Estou-me a lembrar da “Cantiga de Embalar” que é um arranjo a quatro vozes. Por exemplo, a “Giesteira” é um arranjo a quatro vozes. Por exemplo, já fizemos alguns espectáculos em que tentámos interagir com outros grupos da região, outros grupos culturais, e, por exemplo, o Orfeão de Portalegre já cantou alguns desses temas, portanto, que estão arranjados para quatro vozes. Portanto tentamos arranjar aqui um equilíbrio. Tentamos perceber as potencialidades que temos e tentamos enriquecer os temas que nos parece da melhor forma, não é?" |