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"Porque há um conjunto de pessoas que têm o instrumento típico, digamos, e aí, normalmente, tocam esse instrumento. Embora eles também muitas vezes se, por exemplo, não está a tocar bandolim também faz, por exemplo, os ferrinhos ou também faz o bombo ou as músicas que têm muitos adufes (aí como houve no ensaio a Canção do Trabalho e eles todos também têm o adufe). Portanto, roda um bocadinho por todos. Isto dá uma certa maleabilidade e também, ao fim ao cabo, sentimo-nos identificados porque fazemos parte, também ajudamos na parte instrumental e não só na parte vocal, digamos assim. Acaba por ser um instrumento que é já uma transição entre também o Alentejo e a Beira Baixa, porque (eu como sou de Évora e) às vezes incutem-nos um pouco que a música alentejana é aquela música mais pesada do Baixo Alentejo. E a música do Alto Alentejo não é! A música do Alto Alentejo é muito rica, é muito alegre, e tem já, digamos, também muitas influências, cá está, dos instrumentos também da Beira Baixa, que têm estes sons característicos." |