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"A organização das comemorações das bodas de prata do grupo. Quando o grupo fez vinte e cinco anos. Porque exactamente deitou mão a fazer coisas que nunca tinham sido feitas até aí. A organização de um seminário, a realização do primeiro festival com grupos infantis e juvenis em Portalegre… Foi um marco histórico importante para a cidade e para o próprio grupo. Foi uma experiência muito rica, conseguimos reunir em Portalegre o presidente da Federação do Folclore Português e o Professor Doutor Tomaz Ribas que era, na altura, o director do Departamento de Etnografia do INATEL. Participaram os dois nesse seminário. E depois disso o Doutor Tomaz Ribas voltou a Portalegre a fazer mais trabalho sobre estas questões, a Portalegre e ao Alentejo mas, voltou mais vezes aqui a fazer trabalho connosco. O que é à partida um trabalho que o grupo faz e foi, na verdade, um marco muito interessante. Claro que associado a isso, no final das comemorações, no final do ano de 2007, foi feito um outro espectáculo que a direcção e o grupo decidiu chamar “O Boavista e os Amigos” onde interagiram os vários grupos do concelho de Portalegre – grupos de música popular, grupos de música tradicional, outro rancho folclórico que existe no concelho, a banda da Sociedade Musical Euterpe, o Orfeão de Portalegre… Portanto, fui possível fazer um trabalho conjunto em que todos interagiram, todos tocaram e cantaram as mesmas coisas e dançaram as mesmas coisas. Portanto, foi muito, muito interessante esse espectáculo porque ter um grupo polifónico como o Orfeão de Portalegre a cantar uma das cantigas que se fazem parte do repertório do Boavista, só o Orfeão a cantar e o grupo ir dançar àquele som, estando habituado à sonoridade da sua tocata com o acordeão, com os instrumentos de cordas, com… E foi possível fazer isto… Foi extremamente interessante. Acho que esses são marcos muito importantes. Claro que essa comemoração foi possível porque antes, uns anos antes, em 2000, o grupo tinha sido desafiado, exactamente pelo Gabinete de Etnografia do INATEL, a participar numa iniciativa, num projecto que o INATEL chamou de “Florália” onde havia, exactamente, os quadros etnográficos. E o grupo participou com a ida para o campo com a apanha da Espiga, com o piquenique à mistura e, portanto, isso foi… E as Maias… E foi a rampa de lançamento para estas ideias, para poder depois… E o sentimento de que era possível fazer esta construção destes cenários, digamos-lhe assim, foi a rampa de lançamento. E eu considero que a comemoração do quadragésimo aniversário do grupo foi um marco muito importante em Portalegre." |