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"E outra das coisas que fizemos essencialmente foi, nomeadamente, a questão dos trajos. Fomos ver… Para já identificámos todos os trajos que existiam: quem é que tinha dado aquela recolha (daquele traje); se foi recolhido na freguesia tal, quem é que foi a pessoa que deu a informação; se o trajo foi reconstituído através apenas de palavras ou se foi reconstituído apenas através de fotografia ou de peças ainda originais … Portanto ainda conseguimos, de facto, muita gente que tinha nas suas casas – dos seus familiares antigos – peças ainda originais. Temos ainda alguns desses, nomeadamente, os trajes de casamento ou de festa. Esses ainda se encontram. De trabalho, não se encontra nada por uma razão muito simples: porque os trajos de trabalho eram da gente do povo e iam remendando até gastar totalmente. E quando havia algum bocadinho que ainda que estava, que era possível ainda ter alguma utilização, eram para fazer – aqui chamávamos-lhes uns tipos de – farrapinhos para limpar o pó, para limpar e lavar a loiça. Pronto era utilizado até mesmo gastar completamente. Agora os trajes de festa, de casamento, ainda encontramos algumas peças que as pessoas nos emprestaram. Outros ofereceram, outros emprestaram-nos – normalmente as pessoas não querem dar definitivamente essas peças. São dos seus familiares, da mãe ou do pai ou da avó ou do avô, e querem ficar com eles. Mas emprestam para a gente depois reproduzir. Temos aí uma série de reproduzidos. Neste momento, o Grupo da Boavista tem… De facto este é um momento alto do Grupo. É, de facto, os seus trajes estão todos identificados – de onde é que foram recolhidos, quem é que deu a informação. Nalguns casos conseguimos fotografias de onde foram reconstituídos os trajes antigos. Temos essas fotografias também e fizemos isso portanto." |