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"Depois, com o tempo, no fim de dois, três anos, foram as eleições para a nova Direcção. O Sr. Rebelo, presidente, e o Braga fizeram o convite. Eu tinha algum receio, mas acabei por aceitar o convite. E, quando foram feitas essas novas eleições, foi também proposto a coordenação do Grupo Infantil e eu acabei por ficar “responsável” pela parte do Grupo Infantil. Foi uma situação que a mim… Porque é assim, nós… Às vezes, são muitas crianças aqui no ensaio a correr de um lado para o outro, é muito complicado. E, às vezes, na altura, estava cá outra rapariga (que, entretanto, acho que foi estudar para fora) e a gente ajudava, no meio da roda… Como era só uma rapariga, a gente ajudava, mas, pronto, nunca tinha estado com eles. Foi uma experiência, e está a ser ainda, complicado, porque são muitas crianças e alguma delas…Todas têm feitios completamente diferentes uns dos outros e nós temos que falar para uns de uma maneira, para outros de outra maneira. E, eu acho engraçado, porque… Como é que hei-de explicar… Porque eles, em casa… Antes de os conhecer aqui na sede e o feitio deles aqui na sede, nas actuações, nos ensaios, temos que os conhecer antes, lá fora, para saber se eles têm problemas em casa (que, normalmente, acontece quase a todos ter problemas em casa), saber se eles estão aqui porque é que eles não querem dançar, porque é que eles estão num canto… Temos que tentar conhecer essa forma de eles estarem para depois saber como é que podemos lidar com eles. É bom! É bom estar com eles, porque eles podem estar muito bem hoje, podem fazer o ensaio lindamente hoje, são muito amigos… Depois, vão para uma actuação, podem brigar uns com os outros. Trabalhar com crianças é complicado, mas é uma boa experiência. E fiquei com isso, com a parte do infantil até agora." |