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"Era caçador. Um dia andava à caça, a atirar assim a uma… Antes disso, tinha posto a espingarda assim num regato de água. Estive a beber água. Ora eu quando pus o cano assim numa das coisas, entrou terra para dentro do cano. Eu agarro na espingarda, comecei novamente a coiso, atiro a uma perdiz e arrebenta a espingarda. Partiu-me este dedo todo, que ficou mal arranjado. Eu é que fiz o aparelho para ele ficar direitinho, não é? Que o médico me disse (…) e eu é que fiz o aparelho para endireitar o dedo, embora ficasse com uma certa dificuldade. Mas ainda dava para, mal, mas ainda tocava para o meu grande amigo clarinete. [Risos]. A dificuldade que eu tinha. A dificuldade que eu tinha! Só a minha boa vontade e o grande amor é que eu estive na banda (…) que ainda não está aqui mas não faz mal. Ora eu era assim. Olhe este dedo trabalhava com esta chave, mas não chegava àquela! Compreendeu? Por isso é que eu que tive que acrescentar, quer dizer, como era serralheiro tinha possibilidades de… E então soldei aqui um bocadinho. Para esta ainda dava, escapava bem, não é? Agora para esta não chegava cá o dedo. Acrescentando ali um bocadinho consegui, depois, trabalhar com esta chave. Mas a minha dificuldade, muitas vezes, que não dava conta do recado, precisamente, que não era capaz de fazer isso. Mas não foi por aí que eu saí da Banda Euterpe. Até que pude… Foi depois mais tarde, quer dizer, já a minha cabeça não… Pronto, tive mesmo que abandonar a Sociedade" |