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"O que mais me preocupa a mim é a pouca sensibilidade que há por parte de algumas entidades e de algumas pessoas – porque as entidades são dirigidas por pessoas. Para a nossa realidade as pessoas não podem gostar de futebol se nunca viram um jogo de futebol, não é? Ou não podem ter uma ideia consistente sobre uma coisa que não sabem o que é, nem que nunca viram, nem que nunca ouviram. E essa é a minha principal batalha: é dar a conhecer a toda a gente, inclusive às pessoas que têm poder decisório e que têm um papel preponderante também aqui, a nível de apoios, porque uma associação como esta não é auto-suficiente a nível financeiro – nunca foi e nunca será. E quem pensa o contrário, na minha opinião, não está bem porque não conhece esta realidade. Vocês ainda há pouco viram os instrumentos que foram a arranjar e isso custa dinheiro. Já nem falo em comprar. Pronto, é uma questão de manutenção do instrumental. Os monitores têm que dar as aulas, o maestro tem que dirigir… O funcionamento da banda está inerente a esse funcionamento de despesas fixas, não é? Isso é o principal entrave, talvez, o principal… Porque artisticamente a banda está bem. Não é? Eu acho que temos um bom maestro. Temos que o tratar muito bem porque ele é uma pessoa extraordinária, uma pessoa muito competente – sabe aquilo que faz, sabe aquilo que quer e trabalha muito bem connosco e a direcção. Tem a vantagem também, da parte dele, da parte da direcção [serem] músicos, portanto (ou maioritariamente são músicos) falamos a mesma linguagem. Logo aí há um quinhão de linguagem e de esforços que não haveria se, da parte da direcção, não houvesse alguém com alguns conhecimentos musicais, não é? Não é só a questão de saber música é a questão de ter a noção do que se passa musicalmente, que é muito mais importante do que saber música neste caso, ok?" |