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"Nessa altura, qualquer romaria tinha um concerto entre a manhã e a tarde, a procissão, aquelas horas mortas, a banda tinha que cumprir calendário. Então, em vez de andar a fazer arruada novamente… Porque as festas antes eram complicadas. Não tem nada a ver! Nós chegávamos a uma festa, por exemplo, no 15 de Agosto, Monforte, Alegrete e não sei quê – depois começaram a abolir –, a banda chegava antes das nove da manhã. Às oito da manhã já estava nessas localidades para fazer a alvorada e os cumprimentos. E na Beira estávamos às seis da manhã porque antes da alvorada eles, na Beira, tinham uma hora a deitar foguetes, a fazer a alvorada. Quando a alvorada começava, às sete, a banda já lá estava. Tínhamos a alvorada e depois os cumprimentos à população e às entidades civis. E depois havia o peditório com a colcha, fazia outra volta igual ou maior pela freguesia toda. E, às vezes, ainda se fazia a procissão de manhã! Está a ver? Era mesmo… Depois almoçava-se. Lá para cima para a Beira não tanto, mas aqui a zona do Alentejo gostavam muito das garraiadas ou das largadas. Então, às cinco da tarde, se a procissão era de manhã, era fatal! Uma garraiada da parte da tarde. Aí era já só quase a garraiada. Ou então ainda tínhamos… Se não tinha sido a procissão da parte da manhã, antes do almoço, era às duas, três da tarde, fazia-se a procissão e depois a garraiada. Depois começaram a deixar de fazer as garraiadas e começou só as procissões e as garraiadas começaram a passar para a noite. E começaram a deixar de levar banda porque os orçamentos também começaram a ficar mais caros." |