Inventário PCI
Peniche
"Pobre João Pescador" - Poema sobre a morte de um pescador.
João "Valintum" Farto, Ano de Nascimento 1924, Peniche. Registo 2008/2009
Transcrição
Pobre João Pescador
Pobre João Pescador
Vendo os filhos a chorar,
Cheios de lágrimas de dor,
Sem ter pão e sem valor
Devido à fúria do mar.
- Queria pão! -diz-lhe um filhito,
- Vai buscá-lo, meu bom pai.
Correu à praia, muito aflito
E desamarrou o barquito.
Remando, ele lá vai.
Sobre as ondas alterosas,
Nossa Senhora da Guia!
São essas, as criminosas,
Que não consentem, raivosas,
A faina da pescaria.
Deu-se num dado momento
E o mar forma um remoinho.
Num forte sopro de vento
João, sem ter o alento,
Desapareceu com o barquinho.
Enquanto isto se passa,
Os filhos choram com fome
Naquele lar da desgraça
Onde a miséria trespassa
O pão que nunca se come.
Chorando em desconforto,
Os filhos dos marinheiros.
E nisto entra, sem conforto,
Em vez de pão, o pai morto
Nos braços dos companheiros.
- Que tristes sortes daninhas!
Que choram cheias de dor.
E abraçadas à mãezinha
Choram aquelas criancinhas
Por um honrado pescador.
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Actividades promovidas pelo Município de Peniche, Biblioteca Municipal e Museu Municipal.
Comunidade piscatória da Peniche.