Inventário PCI
Esposende
"Zé Grande e o Burrinho" - Cansado, Zé Grande pede a Deus que faça passar uma carroça que o leve a casa. Para surpresa do homem, Deus envia-lhe um burrinho que vai crescendo enquanto anda.
Artur Miquelino, Ano de Nascimento 1928,Esposende. Registo 2010
Transcrição
O Zé Grande e o Burrinho
Então ele foi para Guimarães. A lampreia de Esposende, toda a gente gosta de comer. Chegou lá, começou a doer-lhe as pernas…
- Bom, assim não vou a casa… -ele. -Não vou a casa… Não vou casa… -mas cansado. Guimarães é muito grande.
Antigamente não havia carros nem camionetes, era carros de bois e carroças de cavalos. Diz ele:
- Ó, Senhor… Havia de passar agora um carrinho de bois ou de cavalos para me levar, que eu não chego a casa hoje… -e pôs-se ali a descansar.
Aparece-lhe um burrinho a encostar-se a ele e a fazer-lhe cócegas com a cabeça. E ele:
- Olha um burrinho aqui… Foi o Senhor que mo mandou!
Sim! Ele disse ao Senhor que passasse uma carroça ou um carrinho de bois, aparece aquele burro: é evidente! Ele olhou, começou-lhe a fazer festas… Mas ele, como era grande, tocava com os pés no chão! Tinha que encolher as pernas para trás. Montou-o… E o burrinho: ah, cá! Com os cavados às costas: tre-ca, tre-ca, tre-ca…
- Ó Senhor! Ó Senhor, que me ajudaste!... -ele, todo contente.
O burro começa a crescer… Mas ele, como ia entretido, não deu por ela. Entretido: truz-truz, truz-truz… Quando ele olhou para o chão, ia a mais de cem metros de altura! E diz ele assim:
- Ó Senhor, não é para o céu, é para casa!!!
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Comunidade de pescadores de Esposende, encontros promovidos por entidades locais - município e biblioteca