Inventário PCI
Alenquer
"Bruxas e Lobisomens" - Sobre como quebrar o fado a bruxas e lobisomens.
Mariana Monteiro, Ano de Nascimento 1942. Mata de Palhacana. Pereiro de Palhacana.
Mitos e lendas
Transcrição
Bruxas e Lobisomens
"Foram muitas vezes apanhadas aqui, quando se vai para o Pereiro. Naqueles caminhos velhos, quando se vai para o Pereiro. Apanhadas com as alanternas. Usam umas alanternas nos pés. É. Isso havia, havia. E lobisomens. O lobisomem tanto se fazia em cavalo, como em burro, como em cão, como em gato. É.
Isto assim: eles cavalgam-se com isto no chão, a cavalgar. Agora não há isso, isso acabou. Para quebrar isso, era… Sabe os aguilhões dos bois? Aqueles coisos que picam os bois? Faz de conta… Não é uma farpa, é um aguilhão. Um aguilhão. É um pau muito grande, com um coiso em metal com um grande bico. E então picavam-nos para eles perderem o… Como é que se dizia? O… O dom. Perdiam o dom. Deitavam aquele sangue e perdiam o dom.
O fado, às bruxas, era despi-las todas nuas em pelota onde elas estavam. Aonde elas estavam, despiam-nas todas em pelotas e traziam a roupa e elas depois tinham que ir para casa! E isso acabou. Isso acabou assim, de elas aparecerem todas nuas em pelota. Pois. Elas untavam-se, elas… Chegavam a dizer – eu isso nunca vi – chegavam a dizer que elas untavam-se com uma coisa qualquer, naqueles caqueiros da resina. Vocês sabem o que é? Uns caqueiros que põem nos pinheiros a aparar a resina? Nos pinhais é que elas andavam, nesses caminhos, nessas encruzilhadas – e untavam-se com resina e outra coisa qualquer. Era, era.
E então quebraram o fado a essa gente assim. As bruxas, despiam-nas nuas em pelota. E elas apareciam aqui e ali nuas em pelotas. E então isso acabou. E eles, era espetados com o aguilhão."
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Histórias partilhadas nos tempos de lazer e em festas e romarias. Actividades promovidas pelo Município.