Inventário PCI
Torres Vedras
"Triste Viúvinha"- Descrição do baile de roda e sua cantiga.
Georgino Rodrigues, Ano de nascimento 1948,A-dos-Cunhados, Torres Vedras, Registo 2010.
Transcrição
Triste viuvinha
Cantigas tradicionais que se cantavam aí ao Domingo. Não havia cafés, não havia discotecas, não havia nada disso, e rapazes e raparigas novos juntavam-se nos largos – às vezes das igrejas, ou mesmo outros largos das próprias localidades – e cantavam e dançavam. Chamava-se o baile de roda – davam as mãos e andavam à roda a cantar, ou no meio, como a “triste viuvinha”.
Andava uma no meio da roda e punha assim o braço, como andava a chorar. Estava triste.
Olha a triste viuvinha
Que anda na roda a chorar
Anda a ver se encontra o noivo
Para com ela casar
E depois pedia a um – paravam o baile e ela pedia a um:
- Queres casar comigo?
E ela dizia:
- Que ofício tens?
- Sou sapateiro.
- Não te quero.
E depois continuava a roda:
Já lá levas um cabaço
Dois ou três há-de levar
É bem feito, é bem feito
Não achares com quem casar
Depois continuavam e isto ia sempre durando até que ela encontrasse um noivo que a agradasse. E quando encontrava um noivo, por exemplo, voltava na mesma:
Olha a triste viuvinha
Que anda na roda a chorar
Anda a ver se encontra o noivo
Para com ela casar
- O menino quer casar comigo?
- Sim.
- Que ofício tem?
- Bancário.
- Ah, então eu quero.
Juntavam-se os dois a dançar no meio e os outros que estavam em volta diziam:
Inda bem que encontraste
Lindo noivo para casar
Ela não tem que vestir
Nem o noivo que calçar
Isto era sucessivamente, iam fazendo sempre até que ela encontrava o noivo. E era assim que se brincava. Pois, era a brincadeira, brincadeiras tradicionais. Depois a roda do lenço, andar a roda, deixar o lenço e isso assim…
Georgino Rodrigues ,2010, Maceira ,Torres Vedras
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Encontros em festas e actividades promovidas pelo Município e Junta de Freguesia