Inventário PCI

Os folhetos de cordel e as cantigas

Relato folhetos cantados para carpir a morte de uma mulher morta por ciúmes

Testemunhos orais sobre a prática popular de leitura (cantada) de folhetos de cordel.

Transcrição

– Era o tio Vidal.

– O meu tio.

– Que era tio dela.

– O meu tio é que contava essas histórias e que vinha à feira...

– Por acaso sabia muita coisa e tinha muita graça a contá-las.

– Ia à feira comprar o bácoro para criarem, para a (Marel?) matar o porco. E ele ia a pé. Era em Insalde, é uma hora de caminho a pé de sair à minha freguesia a Insalde. E ali eu ia também para tanger o bacorinho. Eles estavam a cantar num (pocinho?), numa freguesia perto da nossa, de Insalde, não era assim muito longe. 

Tinham lá matado uma moça. E depois estavam a cantar estes folhetos e davam-me, mas eu até chorava e não queria saber. Tinha dois filhos já no cemitério. Eu até fugi, fui-me embora. Digo: «Eu vou-me embora, ainda mato mais estes e já estão lá dois.». E fui-me embora e não quis saber de mais nada. 

Ela tinha um namorado e depois outro também a queria, mas não podia ser para dois, tinha de ser para um. E depois o outro esperou o outro, o outro teve de fugir a galope se não ele matava-o. Com uma enxada, matava-o. E foi muito triste. Ele matou a moça com ciúmes, porque ela namorava com outro e queria outro. Ele também a queria. Ele pegou e saiu e matou-a.

 

 

Caraterização

Identificação

Tradições e expressões orais
António dos Santos, Audécia de Carvalho, Júlio dos Santos

Contexto de produção

Contexto territorial

Insalde
Insalde
Paredes de Coura
Viana do castelo

Contexto temporal

2022

Património associado

Contexto de transmissão

Estado da transmissão
Descrição da transmissão
Agentes de tramissão
Idioma

Equipa

Transcrição
Laura del Rio, Paulo Correia
Registo vídeo / audio
José Barbieri
Entrevista
Filomena Sousa, José Barbieri
Inventário PCI - Memoria Imaterial CRL