- "Uma coisa que eu me lembro também quando era garota. Saíamos de manhãzinha, seriam 4 horas da manhã. Íamos no carro das vacas, íamos para umas bouças que o meu avô tinha que era a bouça das Fragas. E tinha lá um penedo muito grande. Chamavam-lhe o Penedo da Moura. A gente punha-se em cima desse penedo e víamos - era para lá acolá, ainda - víamos passar a ponte de Tui, víamos passar o comboio em Tui. E tinha um buraco por baixo desse penedo, que diziam que nos tempos antigos, não sei, que antigamente aparecia lá uma moura. E aquilo tinha um buraco. Eu abaixava-me a ver se via a moura, mas [diziam-me:] «Não filha, não vale a pena veres que ela não aparece, que ela só vem de noite.». Mas a gente ia de madrugada, quando chegávamos lá já era dia. De noite nunca ia, nunca cheguei a ver a moura. Eu que gostava de ver a moura."