Inventário PCI
História sobre o roubo de um canhão e sobre a origem do relógio da catedral de Tui.
Lendas históricas (canhões; portugueses e espanhóis); história oral
Transcrição
- "Roubaram o canhão. Era um desses que estava ali apontado para Espanha, que dizia a lenda que tinha ali. Como havia sempre aqui sempre sarilhos com aqui com Portugal e da Espanha - eles são irmãos, mas na cantiga, não é?
O canhão não estava de um dia para o outro. Foram para ver, tinha a marca só do canhão lá em baixo no fosso. Viram logo que aquilo foi deitado para baixo, mas já estava aquilo bem argumentado para pegar nele, para transportar para fora. Aquilo passa outro camiãozito para o outro lado. Agora deve estar cortado ou derretido ou em alguma quinta. Aquilo 900 quilos não é fácil também de levar, de bronze. Tinham de ser para aí quatro ou cinco ou qualquer coisa. Amiguinhos, amiguinhos, mas negócinhos à parte, é como diz o outro.
E então tinha ali dois canhões na fortaleza, apontados: um pequeno e um grande. Um maior e outro mais pequeno, tal no calibre como no comprimento (...?).
E então [diz] o grande para o pequeno:
«Para Tui!», que é a cidade de Tui que está à vossa frente.
E o grande dizia-lhe:
«Se não chegares tu, chego eu.».
Depois tem aquela coisita ali, segundo dizem, mas aquilo deve ser fantasia e contado, porque eu não estava cá, que ainda não era nascido quando foi isso. Tem da parte da catedral espanhola, ali de Tui, tem um buraco. E diz que aquilo foi um projétil do canhão que bateu lá na catedral e furou a catedral. E eles então aproveitaram aquilo do buraco para fazer um relógio."