Inventário PCI
Relato sobre tradição para a criança começar a andar.
Práticas tradicionais de cura
Transcrição
- "E tem aquela de cortar a peja, quando a criança não andava."
- "Mas essa não a sabia ..."
- "Mas havia quem levasse ao carpinteiro."
- "Punha-se uma corda presa nas pernas [em] cruz e o padrinho levava no colo e chegava lá a um senhor que cortasse madeira e dizia-lhe assim: «Solte, que ele está preso.». E não lhe dizia mais nada. Ele cortava-lhe a corda, que (...) depois dali a uns dias já andava, o menino. Se viam que para aí aos 12 meses, 13, não andava, levava-se. O padrinho tratava de fazer isso. Não podia dizer nada a ninguém. Ele próprio lhe atava a corda em cruz e ia indo ao senhor para lhe cortar a peja."
- "Ia ao carpinteiro."
- "«Corte, que ele está preso.».
- " Tinha que cortar com aquilo que tivesse na mão. Se tinha a machada cortava com a machada, se tinha um formão cortava com um formão. O que tivesse na mão."
- "Eu vi a cortar uma vez. O Avelino da Caturna eu vi a cortar a peja. Não sei quem era a criança, mas eu vi-o a ele a cortar. É [com] o que se põe às burras para não [fugirem], prendem-se-lhe as pernas."
- "Apeado. (...) Quando os animais correm muito, que os donos não os aguentam, põem tipo uma corda nas pernas. Nós dizemos que aquilo é apeado. Uma corda à frente e outra atrás para ir mais devagar."