Inventário PCI
História sobre um tesouro enterrado e sobre um lago sem fundo, que dizem ser o olho do mar.
Lendas do sobrenatural (tesouros escondidos; lagos com ligação ao mar)
Transcrição
- "Isso tesouros há muitos. Diziam que havia um no chão, que nós chamamos a região do Sardeiro, que havia um pote de ouro enterrado. Que a roda do carro das vacas passava por cima, que se via. Mas nunca ninguém o encontrou..."
- "Que nós saibamos!"
- "Sim, que nós saibamos ninguém o encontrou."
- "E diziam que [num] tipo como um lago, lá em cima no monte (...), no planalto. Então diziam que uma vez desapareça ali, como nós dizemos aqui, uma junta de vacas e o carro. Duas vacas e o carro carregado de centeio, remecho como nós dizemos aqui, e o obreiro, a pessoa que ia a chamar as vacas. Então diziam que aquilo que era o olho do mar, porque depois que apareceram molhes de palha no mar. [Esta] espécie de lago existe. Claro, se lá se afogou algum... [ninguém sabe].
Contava-me a minha mãe, porque a minha mãe, a inverneira dela era aqui na vila e a branda era lá. Os obreiros das vacas, que se juntavam - talvez juntava-se muita gente com os animais no monte - e que atavam nas varas de tocar as vacas umas às outras para chegarem ao fundo do tal lago, que nunca encontraram. A vara que nunca lhe batera no fim. Que ataram se calhar cinco ou seis paus uns aos outros e a vara que nunca batera no fim. Por acaso não [vou] ver esse lago mesmo há muito tempo."