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"Olhe eu recordo-me perfeitamente de, no meu tempo, as assembleias-gerais eram animadíssimas! Chegavam a demorar duas, três horas. Cada um dizia a sua opinião e, às vezes, havia episódios engraçados, outros menos engraçados e hoje, infelizmente, fazemos uma assembleia-geral não vai ninguém. Parece que há aqui um desfasamento, mas não é, enfim, sabem que a banda está bem entregue e as pessoas não se dedicam a isso. Mas naquela altura eram muito frequentadas. A procissão de Valência de Alcântara, da Senhora dos Remédios. Viva La Virgem dos Remédios. Aquilo é encantador. E é engraçado que ainda hoje lá vamos e já há muitos anos. Eh, só… Quanto é custa? Os custos… Tem alguns custos, né? Tem que se levar algum dinheiro. Ninguém discute, tem que ser a Banda Euterpe porque é uma tradição (…). Recordo-me de outra, por exemplo, quando estava em Marvão que Marvão é sede… É ruim, mas também foi uma coisa que me impressionou! Marvão teve seis ou sete anos sem ser concelho, era do concelho de Castelo de Vide e houve restauração do concelho em… 28 de Janeiro… Pronto, para aí no fim de Janeiro. E nós fomos lá animar a restauração do concelho. Estava a nevar! Os jovens da Banda Euterpe batiam… Bem, uma coisa! Choravam com o frio! Choravam com o frio. E eu estive à espera que algum desmaiasse, mas mantiveram-se firmes. Fizeram o serviço com um… Calcula o sacrifício que fizeram naquela altura! Que as pessoas chegavam a chorar com o frio que estava. Imagine o que é! Formados, a nevar e as pessoas ali a tocar. Foi uma coisa também que me lembro, foi um episódio que nunca mais me esqueci também." |
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