Vídeo produzido por Memória Imaterial CRL para o projeto EU-LAC_Museums

 

O acervo vídeo do Museu do Trabalho Michel Giacometti espelha a intensa actividade que esta entidade desenvolve junto das comunidades residentes em Setúbal.

Um acervo em que o vídeo ora regista as múltiplas actividades promovidas pelo Museu ora documenta rituais e lugares importantes às populações.

Sobre o Museu

Após a exaustiva recolha etnográfica realizada pelos jovens do Serviço Cívico Estudantil tornou-se fundamental dar continuidade ao trabalho que tinha sido efectuado iniciando-se assim o processo de criação do Centro de Documentação Operário - Camponês e do Museu do Trabalho.

Ainda no decorrer do ano de 1979 é assinada a escritura da fundação destes dois projectos junto ao Convento de Jesus em Setúbal, contudo, imediatamente no ano seguinte o Centro de Documentação é extinto pelo INATEL, instituição detentora da colecção recolhida pelas Brigadas. Com a extinção do Centro, as peças são doadas pelo INATEL ao Município de Setúbal.

Durante 9 anos a colecção etnográfica de Michel Giacometti ficou depositada no antigo Convento de Jesus, sede do Museu de Setúbal, sendo, portanto, adiado o projecto da criação do Museu do Trabalho.

Em 1986, foi equacionada a hipótese desta colecção etnográfica vir a integrar-se na colecção do Museu de Setúbal, no entanto, esta possibilidade foi prontamente rejeita visto esta instituição museológica estar vocacionada para a Arte e História, temáticas às quais a colecção Giacometti não se enquadrava perfeitamente. Contudo, o valor inegável da colecção Giacometti tornava insustentável o continuado adiamento da fundação de um Museu no qual estas pudessem ser expostas, permitindo o usufruto público destas peças.

Assim, em 1987, a Câmara Municipal de Setúbal compromete-se a concretizar o projecto do Museu do Trabalho.

Neste mesmo ano é realizada, ainda nas instalações do Museu de Setúbal/ Convento de Jesus, uma exposição intitulada “O Trabalho faz o Homem”, na qual foram expostas as peças recolhidas pelos jovens brigadistas. Através desta primeira exposição são delineadas a vocação do futuro Museu, os seus objectivos, a sua acção museológica.

Depois desta exposição foram realizadas outras, em vários locais da cidade, acerca de profissões desaparecidas, arqueologia industrial, como, por exemplo, “Trabalho dos Tecidos”, “Trabalho dos Metais”, “Lojas Antigas de Setúbal” e “Da Lota à Lata”. Tornava-se, portanto assim, cada vez mais real e irreversível o processo que levaria à aguardada criação do Museu do Trabalho, obra tão ambicionada por Giacometti e para a qual tinham surgido tantos entraves.

No ano de 1991, a Câmara Municipal de Setúbal adquire a Fábrica de Conservas Perienes e inicia, com a comparticipação de fundos comunitários, um processo de recuperação do edifício da antiga fábrica tendo em vista o objectivo de que este edifício vir a ser o futuro Museu do Trabalho, que após a morte de Giacometti em 1990 passou a denominar-se Museu do Trabalho Michel Giacometti, procurando assim prestar homenagem àquele que tinha sido o seu fundador.

No dia 18 de Maio (Dia Internacional dos Museus) de 1995, é inaugurado o Museu do Trabalho Michel Giacometti, em Setúbal, naquele que tinha sido o edifício da antiga Fábrica Perienses.

Para além das colecções presentes no Museu do Trabalho Michel Giacometti, existem dois núcleos externos ao museu: a Reserva Etnográfica e a Reserva Industrial.