Inventário PCI
Mário da Conceição - Frutas Doces Ameixa de Elvas
A preparação e confeção de ameixas secas e ameixas em calda é uma das tradições da região de Elvas. Algumas famílias estão ligadas a este setor de atividade há várias gerações.
A Fábrica Frutas Doces foi fundada em 1919 por Manuel Joaquim Candeia pertencendo, desde 1970, a Mário da Conceição afilhado de Manuel Candeia e, desde de 1999, ao seu filho, Luís Silveirinha.
Na fábrica a ameixa passa pela 1.ª cozedura: é fervida somente em água. Depois de devidamente fervida vai para dentro de uma calda de água com açúcar. A calda passa por dois pontos. Ao 2.º ponto a fruta fica pronta e pode ficar vários anos sem ser consumida porque o açúcar conserva a fruta.
Registo: União das freguesias Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso, concelho de Elvas, 2013.
Transcrição
Caraterização
A preparação e confeção de ameixas doces secas e em calda é uma das tradições da região de Elvas. Algumas famílias estão ligadas a este setor de atividade há várias gerações, como é o caso da família de Luís Silveirinha.
O processo começa em Junho/Julho quando é apanhada a ameixa Rainha Cláudia. Para este fim, a fruta, que é doce e tem uma certa acidez, deve ser apanhada ligeiramente verde, ainda dura, a iniciar o estado de maturação. Se for apanhada já madura, corre o risco de se desfazer na primeira cozedura.
As ameixeiras de Rainha Cláudia desenvolvem-se em solos profundos e bem drenados e com boa exposição solar, existem alguns pomares em Elvas, mas, desde o início da produção industrial das ameixas doces, a maior parte da matéria-prima vem dos pomares de Estremoz.
Assim que a fruta é apanhada é transportada para a fábrica. Conforme chega é pesada e, para manter a qualidade, tem de ser cozida no próprio dia, não se deve guardar a fruta de um dia para o outro.
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Sobre a Fábrica Mário da Conceição
A Fábrica Frutas Doces foi fundada em 1919 por Manuel Joaquim Candeia e dedicava-se especialmente ao fabrico da ameixa seca e a preparação de azeitonas. Nos anos 60 teve a sua época áurea com o aumento de produção de ameixa seca e da exportação da ameixa coberta (coberta com creme glacé) para os Estados Unidos.
Em 1970 foi comprada pelo encarregado dessa altura Mário Renato da Conceição (pai de Luís Silveirinha), afilhado de Manuel Candeias. Também Catarina Conceição passa a dividir a responsabilidade e o trabalho do marido na Fábrica.
A partir dessa data, devido a uma ideia partilhada e experimentada por Mário da Conceição e pelo então Diretor da Pousada de Elvas, promoveu-se a junção da ameixa em calda à sericaia e desde então a ameixa seca passa a ter um peso residual na produção, de quase 100% passa a 10%. A ameixa em calda passa a ser o produto de excelência da Fábrica. Também a ameixa coberta, devido a condições de higiene e investimentos mais exigentes, passa a ter uma produção residual e a exportação para os Estados Unidos é cancelada.
Em 1999 a Fábrica passa para a o filho de Mário da Conceição, o atual proprietário, Luís Silveirinha.
Atualmente, a Mário Conceição Frutas Doces, é a única Fábrica que está a laborar em Elvas segundo o processo artesanal e utilizando os utensílios tradicionais. A ameixa é vendida sobretudo para Lisboa e Porto.
Para além das ameixas de Elvas fabricam alperces, pêssegos, figo branco, figo rei, ameixa comprida. Tudo através do mesmo processo artesanal/manual.
Na altura da cozedura das ameixas (Junho/Julho), numa tarde, com 4 pessoas a trabalhar, cozem-se cerca de uma tonelada de ameixas na Fábrica Mário Conceição Frutas Doces.
Sobre a ameixa seca, a ameixa em calda e coberta
As receitas das ameixas secas e em calda provêm das práticas conventuais que da Idade Média. A tradição remonta pelo menos o século XVI havendo documentos relatando que as monjas claristas (de St. Clara) e dominicanas (de S. Domingos) confecionavam ameixas doces e cobertas, muito apreciadas. (Fonseca & Simões, 2001:183).
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Identificação
Contexto de produção
Luís Silveirinha Conceição
Mário da Conceição - Frutas Doces
Luís Silveirinha Conceição
Investimentos na Fábrica e na manutenção da qualidade do produto. Diversificação dos produtos.
Luís Silveirinha considera que a fábrica está numa fase de expansão e de diversificação dos produtos. O proprietário refere, contudo, que não tem descendentes interessados no fabrico dos frutos doces e receia que, daqui a alguns anos, a fábrica corra o risco de fechar.
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Arte do Papel Recortado
Sericaia
Utensílios utilizados
Tachos de cobre
Alguidares de plástico
Alguidares de barro
Escumadeira
Tiradeira
Escorredor
Pegas
Antigas caixas de cartão e papel recortado
Pomares de Ameixa Rainha Cláudia (propriedade privada)
Contexto de transmissão
Mário da Conceição - Frutas Doces
Luís Silveirinha Conceição