(2012) "Registo do processo de fabrico do relicário (ou custódia), uma peça do ouro popular português. Oficina Manuel Armando Rodrigues Fernandes & Filhos, Lda; Sobradelo da Goma, Póvoa de Lanhoso. Peça aparatosa e muito decorativa feita em filigrana um pouco aberta e não muito apurada (as mais populares) e dividida em três corpos. Chamam-lhe custódia por, na parte central, ter uma parte aberta semelhante à zona das custódias onde o Santíssimo é exposto; calvário, por nessa zona ser apresentado o martírio de Cristo; relicário, por analogia com a peça onde se guardam as relíquias; lábia, pela semelhança que a parte superior de alguns parece apresentar com os lábios humanos; e brasileira, por ser a peça sobre a qual recaía a preferência dos emigrantes portugueses regressados do Brasil. Este ornato é muito comum em fotografias de desfiles em Viana do Castelo durante o século XX, o que traduz o grande apreço que as mulheres desta área geográfica devotavam a tal jóia. Contudo, o seu uso não se observa em situações fora do âmbito etnográfico. Apesar de produzidas na técnica de filigrana, estas peças podes atingir um peso considerável, dadas as suas dimensões, os elementos decorativos que comportam e a chapa de ouro que lhes reveste a parte posterior. Rosa Maria dos Santos Mota, 2001, Glossário do Uso do Ouro no Norte de Portugal, Universidade Católica Editora, Porto."
|
|