Inventário PCI

As sobras de Portugal

Esposende

"As sobras de Portugal" - Relato sobre período o racionamento durante a Segunda Guerra Mundial, em que muitos agricultores enterravam parte da sua produção para não serem obrigados a entregá-la na totalidade.

Tia Quinhas, Ano de Nascimento 1924, Forjães. Esposende. Registo 2010

Episódio de vida

Transcrição

As sobras de Portugal

 

Eu tinha quatro filhos e era filha de lavrador – filha única, que eu não tinha mais irmãos. E o milho era todo arrecadado para depois ir para as outras nações que tinham a guerra, não é? Os comboios diziam assim: Sobras de Portugal. Cá não havia sobras: era fome! A gente aqui esticada à fome! (Foi a [guerra] de 1939 a 45. Chamavam o racionamento. Nem os próprios lavradores podiam ter o milho! Tinham de o esconder.

Levaram o milho todo! A minha mãe, o ano seguinte, não: fez um buraco no chão e sacou o milho; enterrou-o. E, quando se apercebeu, o milho em sacos arrebentou: era um jardim… Ficou sem nada. Não foi para o racionamento, mas estragou-se.

 

 

Caraterização

Identificação

Tradições e expressões orais
Manifestações literárias, orais e escritas
As sobras de Portugal
1924
Tia Quinhas
Agricultora

Contexto de produção

Contexto territorial

Biblioteca Municipal Manuel Boaventura
Forjães
Esposende
Braga
Portugal

Contexto temporal

2010

Património associado

Contexto de transmissão

Estado da transmissão
ativa
Descrição da transmissão
Agentes de tramissão

Comunidade agrícola da Forjães. Histórias partilhadas nos tempos de lazer e em festas e romarias. Actividades promovidas pelo Município.

Idioma
Português

Equipa

Transcrição
Ana Sofia Paiva
Registo vídeo / audio
José Barbieri
Entrevista
Filomena Sousa
Inventário PCI - Memoria Imaterial CRL