Inventário PCI
Alenquer
"Andar de burro" - Relato de um passeio de burro que duas amigas fizeram, ideal para pregar partidas.
Celeste Alexandre, Ano de Nascimento 1930. Pereiro de Palhacana. Alenquer.
Relato sobre práticas culturais
Transcrição
Andar de burro
"A mãe do Jorge, não sei se conhece – o Jorge André. Eu fui a Alenquer mais ela. Ela ia a cavalo numa burra cá dos patrões e eu ia numa burrinha da minha mãe – eu estava ali na casa da patroa. Fui mais ela. Eu era danada para ir a cavalo da burra e bater-lhe com a verdasquinha na burra e ir a correr! Íamos a pé… Íamos a pé não, a cavalo da burra, direito à Pipa para ir para Alenquer. Quando vim para cá, vinha mais ela. E eu, quando foi ali ao Alto das Vigárias, há assim um alto e uma cova. Ela vinha muito devagarinho com a burra e eu… toca de bater na minha burrica! E a burra a correr, a correr, a correr… Quando deixei de a ver, que aquilo abre uma cova, eu fui, desci da burra abaixo, deitei-me no meio do chão e a burrinha… a burrinha ficou ali parada ao pé de mim. Ela, quando me viu:
- Ai, Jesus, aquela rapariga! Caiu da burra abaixo! Olha, caiu da burra abaixo!
E eu a rir, a rir… Diz ela assim:
- Ah, desenvergonhada… Tu meteste-me um susto! Eu a pensar que caísses da burra abaixo, e afinal…
Lá me levantei, lá me pus outra vez a cavalo na burra, lá viemos para o Pereiro.
Era a história; a gente entretinha-se só com estas coisitas assim."
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Histórias partilhadas nos tempos de lazer e em festas e romarias. Actividades promovidas pelo Município.