- "Eu lembro-me de um senhor que ia namorar a Espanha. E depois disse-lhe à mãe:

«- Minha mãe, faça-me a ceia cedo se quer que lha eu como. Quero ir namorar a Espanha antes que se o luar ponha.».

A mãe fez-lha e ele foi namorar a rapariga a Espanha. E depois, claro, era longe, vinha de noite. Estava a passar uma carvalheira, saíram-lhe os lobos. Saíram-lhe os lobos. Depois aquilo [os lobos] não o deixou sair do sítio. E estavam a uivar para os outros, para o comer.

E depois ele só teve tempo de se catar com o carvalho aqui. E depois fazia vento. Soprou um vento, andava pelo carvalho. O homem estava no alto. E ele [o lobo] ia acolá, junto ao vento, à sombra do carvalho e [tentava mordê-lo], queria mais uma dentada.

E ele teve que estar ali até ser dia, no carvalho, até conseguir vir para a terra, para casa. Só a ser dia é que depois espantaram-se, porque saía a gente para o monte. Espantaram-se com a gente. Se não ele estava ali e não saía dali enquanto os lobos não desatassem. É verdade. Aquilo não o comeu por sorte, porque ele teve livreza de subir ao carvalho.”