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"A minha entrada no grupo é um momento um pouco marcante porque eu pertencia, e pertenço ainda, ao Orfeão de Portalegre e ensaiávamos, naquela altura, no mesmo edifício onde o Rancho ensaiava, que era onde é hoje o Museu das Tapeçarias. E aquele senhor que está além [refere a fotografia], o senhor que era então Presidente, o Sr. Janeiro (que éramos amigos há muitos anos) há uma série de tempo que me andava… E quando soube da minha entrada para o Orfeão, acercou-se logo de mim e disse: É pá! Também tens que vir para o rancho! E eu disse: É pá! Eu não posso ir para o rancho, porque agora assumi este compromisso com o Orfeão e daí não poder assumir os dois compromissos.É pá! Mas tens que vir! – E não sei… Bem, andámos ali cerca de dois anos com aquela história, pá. E o momento marcante é precisamente esse: é que ele vem a falecer em Agosto e no mesmo ano, em Outubro, eu estava no grupo. Porquê? Porque, entretanto, a minha filha mais nova, que tinha na altura sete anos, veio para o grupo. E vindo para o grupo, arrastou o pai! E daí, portanto, a minha entrada para o grupo em 2003. No ano de 2003, portanto, na parte final do ano. Cheguei ao grupo, pronto, para pertencer à tocata, para tocar viola e cantar. Foi a função que me foi atribuída naquela altura. Aliás, acordada entre as partes envolvidas e, portanto, e foi essa a minha entrada no grupo. Portanto, foi essa a primeira função. Pronto, depois com as várias histórias que se vão passando, ao longo do tempo, acontece uma ida à Madeira. Portanto, acontece em… 2005. Sim, 2005, uma ida à Madeira. E, na altura, não havia nenhum bandolim que tivesse a disponibilidade para ir à Madeira. Porque, entretanto, eram dois rapazes jovens que estavam naquela altura a fazer: um, a terminar o Secundário, outro já, portanto, no Ensino Superior. Junho, altura de exames, não tinham hipótese. E é-me feito o desafio para eu acompanhar o grupo a tocar bandolim e a cantar. Isto com, sensivelmente, com três semanas de antecedência. E eu disse: – É pá, eu vou mas não me… Não vou assumir o compromisso. Vou tentar até lá estar apto a desempenhar, mais ou menos, essas funções. Mas se eu não conseguir, portanto, não mo exijam e tocarei viola, como tenho tocado até aqui. – Bom, com algum esforço e com os dedos assim quase a escorrer sangue, aí vamos nós para a Madeira! Portanto, com esse desafio e que, pronto, correu bem. E a partir daí nunca mais toquei viola! [Risos]. Passei a tocar bandolim no grupo! E é o que ainda hoje toco no grupo e a cantar. E são estas as minhas funções no grupo." |