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Todos são unânimes em reforçar que o espírito que tem mantido viva a Filarmónica é o amor pela música, por actuar e por receber o carinho de quem ouve. Os exemplos de músicos dedicados e assíduos são frequentes. Lembremos o de João Mouzinho que diz convicto e comovido: “eu fazia da música a minha vida!” e acrescenta: “Eu era mil por cento agarrado à banda. Eu não podia ter a mais pequenina falha. Tanto fazia estar a chover, como estar frio como estar a nevar, como estar calor ou a temperatura que estivesse, eu era assíduo”. João Mouzinho orgulha-se de ter permanecido na banda 35 anos sem nunca ter dado uma única falta nem a um serviço nem a um ensaio. E residia em Alegrete, a 15 quilómetros de Portalegre.

O que influencia subtil, mas determinantemente a banda, são os jovens que hoje constituem a maioria dos músicos, com uma idade média de 24 anos, num total de 47 elementos. “A banda determinou a vida do meu filho”, diz o pai de um dos músicos profissionais. O mesmo se pode ouvir da boca do actual Director, Miguel Monteiro, que se iniciou aos 8 anos, juntamente com o seu irmão, hoje ambos totalmente dedicados ao desempenho e ao ensino da música. E, quando questionado sobre a razão de tanta dedicação, Miguel responde, sem hesitação, que aceitou ser Director porque estava na hora de retribuir tudo o que a Sociedade lhe havia dado. Procurando que muitos sigam o seu exemplo, não cessa de cativar jovens, junto das escolas, para as aulas que ali se fazem gratuitamente, de formação musical, de metais, de palhetas, de percussão, de trompa e de trombone.