José Mestre Madeira, como tantos outros, começa em criança a guardar ovelhas como ajuda, tornando-se mais tarde Pastor. Cresceu vivendo de monte em monte, não conhece outra profissão. Sem nunca ter estudado, ou aprendido a ler, é poeta conhecido pela sua capacidade de trabalhar as palavras, de fazer décimas que escreve de cabeça, com recurso à memória. A sua poesia mereceu a atenção e o registo por parte do étnó-musicólogo Michel Giacometti e, mais recentemente, do antropólogo Paulo Lima. É igualmente afamado pelo cante das gralhas (Poetas de Cá, p.107, de Paulo Lima), cantigas a uma só voz sem recurso a instrumentos, tendo como base uma quadra dobrada que é cantada com a batida do fado. |