Uma das consequências dos anos de Censura que atravessámos foi ter criado uma visão da História do pais que deixa de fora todo um conjunto de factos e de personalidades que, apesar de caladas pela imprensa, não deixaram de ser marcantes. Isso obriga, de algum modo, a que a Imprensa de hoje tenha de recuperar a memória histórica silenciada. O que é tanto mais difícil quanto a Censura não se limitou a calar a informação no tempo da sua existência, mas nos legou a inexistência de arquivos documentais em que pudéssemos basear-nos. Nessas circunstâncias, o recurso à História oral, às histórias de vida, reveste-se da maior importância. Sobretudo em televisão, já que a ausência de imagens e sons é uma dificuldade muitas vezes invocada para que não se trabalhe a memória histórica. Contar a História através das histórias de vida é, pois, a solução encontrada por diversos jornalistas que consideram fundamental esse trabalho de memória. A esse respeito, gostaria de contar o que foi o trabalho de preparação da série Geração de 60.

 

Programa Seminário ABORDAGENS BIOGRÁFICAS, MEMÓRIA, HISTÓRIAS DE VIDA