nome: | Pão-de-ló |
projecto: | Os gestos dos sabores |
local: | Portugal |
acervo: | Associação - As idades dos sabores |
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O pão-de-ló costumava fazer-se em casa e bater-se à mão. Era um trabalho de mulheres determinadas, de braços fortes e enérgicos, que durante quase uma hora batiam os ovos e o açúcar até os transformarem numa espuma cremosa e delicada. A tarefa era árdua e justificava a entreajuda, a partilha do esforço, mas também do prazer de criar um alimento de festa, que vinha quebrar a monotonia e a pobreza das mesas da Quaresma. No Minho, por exemplo, a tradição do folar é cumprida através das roscas, das regueifas e, sobretudo, do pão-de-ló. Enquanto nos folares, os ovos, embora presentes na massa, assumem especial importância como elemento decorativo, no pão-de-ló é a sua quantidade invulgar, o seu excesso como ingrediente, que chama a atenção. O açúcar e um pouco de farinha completam a receita base do pão-de-ló, da qual existem inúmeras variantes. O pão-de-ló costumava fazer-se em casa e bater-se à mão. Era um trabalho de mulheres determinadas, de braços fortes e enérgicos, que durante quase uma hora batiam os ovos e o açúcar até os transformarem numa espuma cremosa e delicada. A tarefa era árdua e justificava a entreajuda, a partilha do esforço, mas também do prazer de criar um alimento de festa, que vinha quebrar a monotonia e a pobreza das mesas da Quaresma. A par destes pães-de-ló caseiros surgiram, no Minho, os pães-de-ló de pastelaria, que mecanizaram o processo, sem perda de qualidade e que, por isso, ganharam fama e reconhecimento muito para além da região. Um deles é o pão-de-ló de Margaride, que no século XVIII começou a ser produzido para venda, e com tal qualidade que conquistou os paladares exigentes da Casa Real Portuguesa. Ainda hoje continua a fabricar-se, em belíssimas instalações fundadas no século XIX por Leonor Rosa e mantidas até hoje pela sua família. A excelência do produto, razão da sua industrialização precoce, aliada a um resguardar da técnica e da receita de origem, permitiu dar-lhe continuidade e garantir-lhe sucesso ao longo de dois séculos e meio. O bolinhol, ou pão-de-ló de Vizela, é outro dos reputados pães-de-ló minhotos. Distingue-se facilmente pela sua forma rectangular e pela cobertura opaca de açúcar, que permite conservar-lhe o miolo ligeiramente húmido. Tal como o de Margaride, deve a sua existência a uma tradição familiar. A receita foi criada por Joaquina da Silva Ferreira, que começou a comercializá-lo em 1921, e hoje é confeccionado por várias pastelarias que pertencem a alguns dos seus descendentes. |
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Receita
Ingredientes: 24 gemas Acessórios: Confecção:
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