nome: | Mão de Vaca com Grão |
projecto: | SABERES E SABORES tradicionais de Sobral, Alenquer e Arruda |
concelho: | Sobral de Monte Agraço, Alenquer, Arruda dos Vinhos |
informantes: |
Lurdes Simões,Mariana Marques,Ilda Esteves, Sandra Marques e Casimira Gageiro. |
Mão de vaca com grão é um prato típico da culinária de Portugal cuja origem é frequentemente associada ao ribatejo. Este prato tem também a designação de Meia-Unha uma vez que é usualmente servido com meia mão de vaca em cada dose, mantendo-se a unha na apresentação do prato. Mão de Vaca com Grão (para cerca de 50 pessoas) Ingredientes: 5 kg de grão 30 mãos de vaca 5 chouriços de carne 6 cenouras massa de pimentão q.b. sal q.b. picante q.b. salsa q.b para o refogado: azeite, cebola, alho e louro Modo de preparação: No dia anterior preparam-se as mãos de vaca - desossam-se e raspam-se e/ou chamuscam-se os pelos. Depois de lavadas, cozem-se as mãos de vaca em água com sal durante cerca de 2h30m. Depois de cozidas cortam-se aos bocados. Coloca-se o gão de molho. No dia seguinte coze-se o grão em água, azeite e duas folhas de louro durante 2h30m. Quando estiver a ferver, e o grão quase cozido, põe-se o sal. Faz-se um refogado com azeite, cebola, alho e louro. Quando estiver no ponto juntam-se as rodelas de chouriço e da cenoura. Junta-se ao refogado a carne cortada e deixa-se apurar. De seguida junta-se o grão cozido, deixa-se ferver e no final retificam-se os temperos juntando a massa pimentão, o picante e, caso seja necessário, mais sal. Serve-se a mão de vaca com grão salpicada de salsa. Mão de vaca com grão é um prato típico da culinária de Portugal cuja origem é frequentemente associada ao ribatejo, região do país onde predomina a criação de gado. A mão de vaca tem uma consistência macia e gelatinosa e é muitas vezes servida guisada ou estufada. Este prato tem também a designação de Meia-Unha uma vez que é usualmente servido com meia mão de vaca em cada dose, mantendo-se a unha na apresentação do prato. Vários testemunhos referem que em várias casas de pasto, como sobrava muito dessas doses servidas com meia mão de vaca, as cozinheiras passaram a retirar, após a cozedura e antes de guisar, parte da carne junto aos ossos, confecionando um novo prato de modo semelhante mas passando a chamar-lhe roubada . O prato da mão de vaca com grão predominava em tabernas e casas de pasto da região Oeste e de Lisboa, sendo uma referência na Malveira, especialmente durante a feira local. A feira da Malveira realiza-se todas as quintas-feiras e ainda hoje há quem se dirija à Malveira neste dia para comer a mão de vaca com grão. Há referência a registos desta receita na Malveira desde o final do século XVIII. O prato de mão de vaca com grão, tendo por base carne barata e o uso em quantidade de grão torna-se um prato que rende mais e pode ser vendido por preços mais convidativos. Nas feiras de gado, vários testemunhos referem que os próprios feirantes, comerciantes do gado, eram clientes assíduos dos locais onde se confecionava e vendia a mão de vaca com grão escolhendo muitas vezes este prato para as suas refeições. Também o facto de ser um prato substancial fazia com que fosse muitas vezes preparado para as refeições dos trabalhadores agrícolas. Nos Açores, mão de vaca é um guisado com batatas, no continente há ainda a variação de mão de vaca com feijão. Atualmente, na região Oeste, é possível encontrar várias Associações e Clubes Recreativos que confecionam este prato em almoços de angariação de fundos. Existe neste género de práticas uma dinâmica coletiva que envolve um número elevado de pessoas e permite a passagem do saber entre gerações. Em Portugal, é ainda possível adquirir este prato pré-preparado em lata, em supermercados, para além de ser possível consumi-lo em restaurantes. Os direitos coletivos são de tipo consuetudinário. Os direitos coletivos são de tipo consuetudinário. Promoção do prato junto das comunidades. Colocação do prato nas ementas dos restaurantes. Atualmente, na região Oeste, é possível encontrar várias Associações e Clubes Recreativos que confecionam este prato em almoços de angariação de fundos. Existe neste género de práticas uma dinâmica coletiva que envolve um número elevado de pessoas e permite a passagem do saber entre gerações. Vários restaurantes têm este prato na sua ementa. Feiras locais. Utensílios de cozinha Não se aplica Famílias, associações e clubes locais e restaurantes.
Inventário PCI
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Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
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