Designação: | Guisado de Galo -Maria do R. M. Domingos, Maria Gonçalves e Cesaltina Estevães. |
Freguesia: | Cachopo |
Concelho: | Tavira |
Distrito: | Faro |
Data de recolha: |
2014 |
O Guisado de galo, ou galinha, é um prato de dias festivos na serra algarvia. Tradicionalmente fazia-se por volta do Natal e do Carnaval sacrificando-se os animais mais velhos da capoeira. Hoje o seu uso está generalizado a todos os dias festivos. Esta recolha mostra o galo a ser cozinhado ao fogo de lareira. Ingredientes: Para cerca de 8 pessoas 1 Galo ou galinha Alho, Azeite, Banha, Cebola, Louro, Pimenta da Jamaica, Pimento, Sal, Tomate, Vinho tinto - a quantidade é calculada na altura de acordo com o gosto de quem cozinha. Preparação: Corta-se o galo (ou galinha) em pedaços e tempera-se com alho, louro e sal. Num tacho grande coloca-se um fundo de azeite e uma colher de banha. Leva-se ao lume. Junta-se a cebola cortada em bocados médios. Deita-se o galo temperado, mexe-se um pouco e deixa-se a refogar durante uns minutos. Junta-se um copo de vinho tinto e fica a apurar. Acrescentam-se alguns alhos, pimento vermelho e tomate maduro cortado em bocados médios. Tapa-se a panela espera-se que ferva. Entretanto junta-se o caldo (a partir da fervura de ossos e peles). Acrescenta-se uns grãos de pimenta da Jamaica, colorau e sal. Descascam-se as batatas e cortam-se em quartos. Juntam-se ao galo quando este estiver bem cozido e a carne se separar dos ossos. Retira-se do lume quando a batata estiver bem cozida O Guisado de galo, ou galinha, era um prato de dias festivos na serra algarvia. No fim do ano e no carnaval era comum a preparação desta receita. O galo era essencial como reprodutor na capoeira e a galinha rendia mais a pôr ovos do que como alimento, daí que ambos eram conservados vivos enquanto eram produtivos e sacrificados nos dias de festa. Com uma carne dura, o galo ou galinha eram guisados na panela de ferro colocada em fogo de lenha durante horas, até que a carne se separasse dos ossos, sendo então incorporada a batata. No Cachopo, onde gravámos esta receita, usam tradicionalmente um pouco de vinho tinto para ajudar a amaciar a carne. Nesta casa afirma-se que o galo ou galinha eram mortos, depenados e colocados na panela no mesmo dia. Noutros locais do Algarve a tradição é matar o Galo de véspera e deixar a repousar dentro do vinho e tempero uma prática que nos lembra a preparação da cabra velha nas Beiras ou o Coc au vin francês. Não se usou o sangue na receita. Noutros locais do Algarve o sangue do animal é reservado e incorporado no fim quando as batatas estão cozidas, tornando o resultado final numa variação da cabidela. Continua a ser uma comida muito apreciada na serra do Algarve. Colectivos/Comunidades Os direitos colectivos são de tipo consuetudinário. A transmissão ger Esta receita continua ser confeccionada em diversas localidades da Serra Algarvia, não se identificando situações de risco. São, no entanto, as gerações mais velhas que mais vezes preparam a receita. Dieta Mediterrânica. A Dieta Mediterrânica envolve um conjunto de saberes baseados na proximidade e na sazonalidade. Estes saberes aplicam-se à agricultura, à alimentação e à organização social. A sua zona natural de ocorrência é a bacia mediterrânica. Os produtos da época, o azeite, o pão e os vegetais são predominantes nesta dieta. Festividades diversas. Receita usualmente confeccionada no Natal. Utensílios de cozinha. Tacho para ir ao forno de lenha. Serra Algarvia Círculos Familiares
Inventário PCI
Transcrição
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa