O meu pai era muito achacado a ver essas coisas à frente dele. Viu um porco. E ele seguia sempre o meu pai. E o meu pai, como não tinha mais nada, com o (…) que tinha picou-o. Picou, [acertou-lhe] numa vista, ainda lhe pegou assim numa vista. 

Ao outro dia, o meu pai vindo para casa, bate-lhe um homem à porta e pergunta-lhe se não se lembra o que tinha feito a noite passada. E o meu pai: 

- Lembro-me de quê? 

- Você não picou um animal? 

- Um porco que vinha atrás de mim. Eu não sabia de onde ele era, olhe piquei-lhe com o (…) que tinha na mão.

- Só foi pena você ter-lhe picado numa vista. Estou cego de uma vista. Mas foi a mim que me picou.

Por isso, isso era verdade!

[À meia-noite, ou às nove horas. De manhã das 11 à meia-noite, à uma hora] [Durante a noite] esse lobisomem corria as ruas todas, corria por todos os lados a quem lhe tinha caridade de fazer isso. Se lhe picasse, não é? Fez-lhe sangue e quebrou-lhe o fado. 

O meu pai diz que ele contou isso ao meu pai, que lhe quebrou o fado de ele andar assim, nessa vida que tinha, dessa amargura que tinha.