nome: |
Manuel Domingos da Silva |
ano nascimento: |
1936 |
freguesia: | Nossa Senhora da Vila |
concelho: |
Montemor-o-Novo |
distrito: |
Évora |
data de recolha: | Maio 2012 |
- 25 de Abril
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Montemor-o-Novo "Resposta a um ladrão"- Quadras glosadas em décimas: o testemunho de José Rato, um ladrão, seguido de uma resposta. Manuel Silva, Ano de nascimento 1936, Montemor-o-Novo, Registo 2012. Sou um tipo inteligente E cada vez tenho mais arte Quando me falta o dinheiro Vou roubar a qualquer parte O meu nome é José Rato Sou filho da Parrochinha Daquela triste velhinha Que até me beija o retrato Chora quando vem o fato Deste filho que anda ausente Pra roubar sou um valente E meto o corpo em grandes perigos Pra fugir aos inimigos Sou um tipo inteligente Eu já fui pessoa séria Muita gente me conheceu Se todos fossem como eu Todos conheciam a matéria Já me governei da féria Que ganhava em qualquer parte Hoje não há quem me farte Este vício de roubar Ainda ando a praticar Cada vez tenho mais arte Roubo porcos e carteiras A um qualquer lavrador Até se preciso for Eu cato-lhe as algibeiras Roubo cordões e pulseiras Que é um valor verdadeiro Não preciso de companheiro Nem tão pouco de camarada O meu cofre é a espingarda Quando me falta o dinheiro Eu hoje não quero que haja Posso falar mesmo assim Um fulano igual a mim Arrojado e com coragem Tendo eu armas e bagagem Roubo até um estandarte Salto o muro dum baluarte E arrombo qualquer prisão Minha sina é ser ladrão Vou roubar a qualquer parte José Rato, deixas fama O teu vício de roubar Eras muito mais feliz Se quisesses trabalhar Tu bem sabes que o ladrão Hoje é muito procurado Está sujeito a ser varado Com um tiro no coração Já perdeste a protecção E mais tarde te fazem a cama Muita gente reclama Mesmo sem lhe fazeres mal Na história de Portugal José Rato, deixas fama Tu és novo e tens virtude E nada vale o teu fugir Se andasses a produzir Tinhas muito mais saúde Hoje não há quem te ajude Todos te vão agravar Ninguém te pode salvar Quando for teu julgamento Nunca perdes um momento O teu vício de roubar És tu o homem primeiro Que foge às autoridades Que faz barbaridades E não é prisioneiro Deves ir pró Limoeiro Deves saber de raiz Tua sorte assim o quis Em sofrer esta amargura Se fosses boa criatura Eras muito mais feliz Deves ter dias e horas De grande arrependimento Quando te pões em pensamento Com certeza que até choras Como tu tinhas melhoras Era mudares de pensar Essa vida abandonar Que já faz um bom romanço Tinhas muito mais descanso Se quisesses trabalhar Informante: Manuel Domingos da Silva 2012/Montemor-o-Novo Em eventos culturais, excursões e actividades organizadas pela junta de freguesia ou município de Sobral de Monte Agraço
Inventário PCI
Transcrição
Resposta a um ladrão
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa