nome: |
Georgino Moreira Rodrigues |
freguesia: |
A-dos-Cunhados |
concelho: |
Torres Vedras |
distrito: | Lisboa |
data de recolha: | 02/2010 |
- Moura da Maceira
- A Quinta dos Frades
- Quinta Feira da Espiga
- A Pobreza
- Canção de embalar
- As Pulhas
- Convento da Sra. da Graça
- Assobio
- Os assobios
- Partida de carnaval
- Brincadeiras de Carnaval
- A fome
- As festas de S. João
- O Lobisomem
- A imagem de N. Senhora
- O maremoto
- Nossa Senhora da Luz
- Ó Matilde
- A-dos-Cunhados
- Penafirme
- A Triste Viuvinha
- Verde salsa
- Ó Rosa arredonda a saia
Torres Vedras "Quinta dos Frades"- Sobre a origem das quintas, atribuída a D. Dinis, onde os frades ensinavam o povo o cultivo das terras. Georgino Rodrigues, Ano de nascimento 1948,A-dos-Cunhados, Torres Vedras, Registo 2010. As quintas aqui na nossa terra, há várias. A senhora também sabe: a Quinta da Paio Correia, a Quinta da Lapa, que fica lá nos montes, perto da Paio Correia, e a Quinta da Piedade, é ali no Vimeiro (que já não existe praticamente, está toda destruída) e aqui a Quinta da Maceira. Como é que existiu aqui tantas quintas? É assim: o rei D. Dinis ocupou-se muito com a agricultura, com o país, com a nação, [mais] do que com as guerras. E tentou civilizar o mais possível as pessoas – pelo menos ensinar a maneira de trabalhar as terras e de evoluir, não é? Portanto, o rei D. Dinis, o que é que ele pensou? Em Alcobaça, no Mosteiro de Alcobaça, havia muitos frades. Aquilo era um mosteiro enorme, como conhecem; havia muitos frades da ordem de Cister. Esses frades ocupavam-se de vários serviços, não é? Um deles era os copistas, aqueles que se dedicavam na sua cela sozinhos a fazerem cópias. Não havia fotocopiadoras, eram feitas à mão; as leis que saíam era tudo feito à mão e eles tinham que copiar exactamente para poderem depois circular na rua o que se passava. Eram – chamavam – os copistas, os frades que se dedicavam à cópia de livros e documentos, manuscritos. Havia outros que se dedicavam à agricultura. Outros era, por exemplo, aos trabalhos de carpinteiros: faziam telhados, os madeiramentos, os carros de bois, as carroças. Outros era de ferreiros: faziam as rodas das carroças, enfim, faziam as enxadas… Aqueles produtos da altura, não é? Mas ele pensou foi em expandir mais pelo país esses serviços. Então ele pensou em fazer as quintas. Portanto, as quintas foram feitas pelo rei D. Dinis. Mandou fazer as quintas aqui, ali e acolá (e temos cá algumas na nossa terra) e foram feitas junto às beiras do rio, do nosso rio Alcabichel. Portanto, sobre os terrenos mais férteis, que é as várzeas, porque se enchiam de água, que eram mais férteis para dar a agricultura. E então ele distribuiu esses frades de Alcobaça por essas quintas (não sei o número, seria poucos, talvez, numa quinta e noutra e noutra) para ensinar as pessoas das terras a trabalharem o campo, a trabalhar a terra. Porque até ali as pessoas viviam do que a terra dava mas não sabiam agricultura. Os frades de Alcobaça é que nos vieram ensinar a semear, a sachar, a mondar, a ceifar, a debulhar… Nessas quintas havia então um refeitório grande. Cada quinta tinha um refeitório onde se juntava depois o povo. Trabalhavam para a quinta e ao mesmo tempo aprendiam a maneira do amanho das terras. E os frades dedicavam-se, além do culto, (celebração de missas, baptizados, enfim, o seu culto) à lavoura, ou à agricultura. Portanto é por isso que aparecem as quintas. Realmente foram feitas e habitadas pelos frades de Alcobaça. Alcobaça foi uma grande capital de desenvolvimento no nosso país, através de el-Rei D. Dinis. Portanto, é uma coisa interessante que as pessoas de cá não sabiam, ou não sabem, como é que aprenderam a amanhar as terras, a fertilizar os campos, se não fossem realmente os frades. Georgino Rodrigues ,2010, Maceira ,Torres Vedras Encontros em festas e actividades promovidas pelo Município e Junta de Freguesia
Inventário PCI
Transcrição
Quinta dos Frades
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa