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Em 1979 foi escolhido pela Direcção Geral dos Assuntos Políticos e Culturais para representar Portugal na Feira-Exposição “Terres des Hommes”, em Montreal (Canadá), onde permaneceu 59 dias, durante os quais fez 200 demonstrações. Antes, o Grupo passa a ser designado por Grupo Folclórico e Cultural da Boavista (GFCB), o que, como refere Manuel Braga, membro da Direcção desde 1989, não é do seu agrado, nem da actual Direcção, preferindo Rancho Típico Regional da Boavista, precisamente porque o Grupo pretendia ser o mensageiro da tipicidade do Alto Alentejo, especialmente, da região de S. Mamede.

Certamente que as ideias emergentes da revolução de Abril muito contribuíram para que as práticas deste Grupo se fossem alterando, nomeadamente a estreita relação com o poder autárquico e os princípios de rigor pedagógico que orientavam os directores. Ouvindo os de outrora e os actuais apercebemo-nos claramente das mudanças que o tempo provocou, por exemplo, no que diz respeito à relação entre jovens. Deixou de haver uma separação total entre rapazes e raparigas, como acontecia nas saídas que se efectuavam de camioneta onde, à frente, seguiam as meninas e atrás os rapazes, separados por uma ou duas fileiras de mães.

Quase até finais dos anos 80, a actividade do Grupo prosseguiu, bastante apoiada por Tomaz Ribas e com o forte entusiasmo de Álvaro Parreira que se mantinha como ensaiador, porém estava a precisar do que a Direcção eleita em 1989 demonstrou ser capaz de assegurar: planificação; definição de objectivos; convocatórias regulares das Assembleias de Sócios; elaboração de contas e actas; manutenção e enriquecimento do acervo patrimonial. Passou a fazer-se anualmente um balanço das actividades. Publica-se desde 1991 uma brochura, aquando do Festival de Folclore anual, dando conta do programa. Esta publicação que, no início, poderia parecer feita quase unicamente para angariar fundos, através do apoio da publicidade do comércio local, tem vindo, ao longo destes quase 20 anos de publicação, a definir os propósitos do Grupo que se quer “ao serviço da cultura popular” e “uma referência no panorama folclórico nacional”, dando relevo ao seu historial e actividades anuais. Inclui também um editorial da Direcção e textos da autoria do Presidente da Câmara, do Governador Civil e, por vezes, do Presidente da Região de Turismo do Norte Alentejano e do Presidente da Federação do Folclore Português. Em 2008, o Presidente da Câmara, José Fernando Mata Cáceres resumia assim a essência do Grupo: “a verdadeira prova de vitalidade do Boavista reside na qualidade e no rigor que todos reconhecemos nas suas prestações. No trabalho e persistência dos que o integram, na sua afirmação como verdadeiro embaixador da cultura, da história e das tradições da nossa terra…”(8).

(8) Brochura 2008.