nome: |
Lúcia Viana, Cecília Viana e Jacinta Viana |
ano nascimento: |
1944, 1935 e 1948 (respectivamente) |
freguesia: | Antas |
concelho: |
Esposende |
distrito: |
Braga |
data de recolha: | Outubro 2010 |
- A oficina de foguetes
- A produção dos foguetes
- A senhora da cabeça
- As meninas de Braga
- O fogo tradicional
Esposende "Oficina de foguete" - Relato de como a família se tem vindo a dedicar ao fabrico de foguetes e fogo-de-artifício, desde 1858. Irmãs Viana -Lúcia Viana, Cecília Viana e Jacinta Viana nascimento1944, 1935, 1948 (respectivamente). Antas. Esposende. Registo 2010 A oficina de foguetes, a pirotecnia, é a mais antiga do Concelho de Esposende. Cento e cinquenta anos. Foi fundada em 1858 e continua. Continuou… Começou com o… A bem dizer, nós devíamos dizer trisavô, mas dizemos que é o nosso bisavô. Isto é para não começar bem, bem das raízes, senão levava muito tempo. Mas começamos pelo nosso avô. Começou a trabalhar, a fazer pólvoras pretas, como se chamavam, para as pedreiras. E depois começou-se a aperfeiçoar e a fazer foguetes. Veja bem… Na altura… Hoje quase que já é menos mas, na altura, eram os foguetes de cana. Foguetes de cana. Era tudo à mão, formas e tudo. Primeiro eram [foguetes] de dia, mas depois começaram a fazer foguetes para de noite, também. Foguetes para arraiais, para estas coisas… Depois também faziam – chamávamos nós, “figuras”[1] – que era fogo de macacos. Começou então o nosso bisavô, depois foi para o nosso avô e para um irmão dele – porque o nosso avô até tinha filhos e filhas! E eles foram começando a trabalhar naquilo, nos foguetes, sempre, sempre, continuadamente. Depois, começaram a alastrar mais, a ganhar mais freguesia. Mas depois, com a Grande Guerra de 1914 a 1918, aquilo esteve quase paralisado. Mas depois começaram outra vez. Começaram outra vez. Nessa altura, o nosso avô e o irmão tiveram de ir trabalhar a serrar madeiras nos engenhos que havia (que ainda há) nos rios. Depois, desde que passou a Grande Guerra, começaram a fazer umas festas a S. Sebastião… Começaram outra vez. E dali, continuadamente. Começaram sempre. Depois, eram o nosso avô e o tio, e as nossas tias. Tias-avós! Não eram nossas tias, eram tias da minha mãe! Entretanto, a minha mãe ainda trabalhou com eles. A nossa mãe começou a trabalhar… Aquilo começou até a progredir, eles começaram a ter muita freguesia, muita… mas sempre com o fogo de canas. O nosso avô morreu e ela ficou com o alvará. Porque eles, mesmo assim, trabalhavam nuns barracos, mas já tinham o alvará. E ainda é o alvará que perdura, de há cento e tal anos! Trabalhávamos nuns barracos (eram de madeira) à beira da casa do nosso bisavô. Depois foram obrigados a fazer as oficinas, mas distanciado das casas. Era a nossa mãe e o nosso irmão mais velho. A nossa mãe… Depois, o meu pai… O nosso pai era carpinteiro, mas depois, a oficina… Ele foi quem tratou de tudo, para fazer as novas oficinas – na altura, apenas três casas em pedra – e já ficou no nome do nosso pai. O nosso pai começou desde então a trabalhar de foguetes, embora ele nunca tivesse aquela vocação… Ele depois ganhou paixão, porque quem trabalha naquilo, depois parece que aquilo que… não pode deixar! É muito bom. É perigoso… É uma arte perigosa, é uma arte que, toda a gente sabe… Mas a gente trabalhava, fica aquilo… Parece que nós nem…Nós temos aquilo no sangue! Porque se sente bem. E estávamos a trabalhar, a gente está ali a trabalhar, e [1] Foguetes que, na explosão, criam figuras no céu. Actuais proprietários da Fábrica de Foguetes Viana
Inventário PCI
Transcrição
A oficina de foguetes
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa