nome: |
Anézia Esteves, Maria Amélia |
ano nascimento: |
|
freguesia: | São Paio |
concelho: |
Melgaço |
distrito: |
Viana do Castelo |
data de recolha: | 2022 |
- A bruxa que queria genro
- Cantiga do cortejo
- Contra o mau olhado e doenças
- Cortar a peja
- O lobisomem e a roupa no forno
- O lobisomem que comeu os filhos
- O lobo e a bica da pedra
- O nome das vacas
- O que tens ó minha filha
- Os lobos no lugar
- Os serões e as fiadas
- Responso ao St António
- Talhar a herpes e a peçonha
- Talhar o lixo
- Tomás das Quingostas
Relatos sobre os serões e as fiadas de Inverno. Trabalhos coletivos tradicionais (serões; ciclo do linho; namoros) - "Faziam-se os serões e bailes. Lembro-me dessa época, de fazerem os serões. Fiadas? Fiadas de lã, era repisar a lã, alargá-la pelo lado e depois punha-se numa roca e punha-se-lhe um (…) por cima para a prender e depois fiava-se. Mas lembro-me de haver o linho, de fiar o linho também. O linho, claro, era fiado de outra maneira, era um fio fininho. A lã era grossa, claro. Mas lembro-me também disso. [Era] nas cortes. Antes isto aqui era uma corte, a casa era por cima. Depois o meu sobrinho ajeitou isto em baixo. Ficou aqui um salão e a cozinha e em cima são quartos e é uma sala. Depois tem ainda em cima outros quartinhos, um de cada lado e uma casinha de banho. As cortes eram aqui em baixo. Onde há agora salões eram cortes de animais, de vacas e de cabras, ovelhas, porcos, de tudo. Por exemplo: uma fiada era de estopa e linho, era só daquilo; se fosse de lã, era só de lã. E juntavam-se. Punham os bancos ao redor da corte para a gente se sentar. E a gente sentava-se. E no meio às vezes até iam os rapazes, deitavam-se lá no meio, porque aquilo tinha palha, estavam limpos e deitavam-se lá no meio, no meio da palha. E as mulheres a fiar ao lado. Vinham rapazes até de Parada [do Monte] aqui ao serão. E de Lamas de Mouro. De Castro não, mas de Lamas de Mouro, do Cubalhão e Parada do Monte, vinham aqui muito ao serão. Iam namorar, os rapazes iam namorar. Iam-se sentar à beira, cada um que tinha o seu par ou o que não tinha fazia-o. Cantavam e dançavam. Ao fim faziam bailes. Sempre havia um tocador, havia-os aqui mesmo no lugar e vinham de fora, vinha um do (...) que chamavam-lhe o (…), que vinha tocar aqui muito. Pagavam-lhe e vinha tocar, aquele era a pagar. Passava-se a noite, até à meia-noite. À meia-noite acabava e a gente ia cada um para as suas casas. Isto era só no Inverno. No Verão não, no Verão não havia fiadas. No Verão eram bailes grandes e isso era de dia. Mas no Inverno fazíamos uns serões e chamávamos-lhe serões da noite."
Inventário PCI
Transcrição
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa