Vídeo produzido no âmbito da Formação "Registo de expressões de Património Cultural Imaterial"
Formandos:
Ana Sofia Marçal, Carla Martins, Catarina Esteves, Elisa Dias, Joana Dias, Joana Lopes, Marta Martins,Mauro Moura, Paulo Carvalho, Sílvia Costa.
Formadores: Filomena Sousa, José Barbieri (Memória Imaterial CRL)
Projeto: Devolver a Voz à Comunidade, Câmara Municipal da Sertã, Dezembro 2019.
O fabrico de queijo fresco de cabra de forma artesanal é um hábito diário das gentes da Beira, visto que a criação de gado caprino continua a ser comum nas zonas rurais. Ingredientes: 2 litros de leite de cabra (aproximadamente) 1 colher de chá de cardo (aproximadamente) Sal a gosto Conhecimentos e modos de fazer enraizados no quotidiano das comunidades. Cozinha e alimentação Modo de preparação: A produção de queijos de cabra de fabrico artesanal nesta região é bastante antiga. De facto, na zona do pinhal a produção de cabras é bastante comum, dado que as pastagens da região são maioritariamente mato e floresta. “O leite destes animais assumia um papel preponderante na alimentação da população, sendo a produção de queijos um modo de conservar ao longo do tempo este produto que, quando comercializado, permitia garantir um rendimento à exploração. Os queijos eram produzidos por ação da coalheira sobre o leite cru que, após ligeiro dessoramento, era introduzido em moldes. O produto era vendido em fase de coalhada ou deixava-se secar e era salgado e seco, sendo comercializado posteriormente.” fonte: https://tradicional.dgadr.gov.pt/pt/cat/queijos-e-produtos-lacteos/773-queijo-de-cabra-das-beiras Os direitos coletivos são de tipo consuetudinário Esta receita continua ser confecionada em diversas localidades de Portugal, não se identificando situações de risco. São, no entanto, as gerações mais velhas que mais vezes preparam a receita. Círculos Familiares
Inventário PCI
Transcrição
Caraterização
Depois da ordenha da cabra, o leite é filtrado através de um pano branco chamado de coadouro (que irá reter pelos ou lixo) para o interior de um tacho ou panela. Entretanto esmaga-se o cardo num almofariz com umas gotas de água e uma pitada de sal. Este preparado (designado por coalho) é filtrado no mesmo coadouro. Depois de mexido reserva-se o leite com o coalho num local quente, envolvendo o tacho com uma toalha. Após pelo menos duas horas, o processo de fermentação está concluído e a coalhada (produto da coagulação do leite) depois de ser talhada com uma colher (processo que ajuda a separar o soro da coalhada), é colocada num cincho (forma de metal com pequenos orifícios que se pode ir apertando) em camadas alternadas com uma pitada de sal, até ganhar consistência. O líquido que se acumula depois de espremer a coalhada, e a que se chama almece, é aproveitado para fazer requeijão, num processo que envolve levar o soro ou almece ao lume e aquecer (sem ferver) até formar o requeijão à superfície.
Esta preparação foi feita por Isabel Esteves, habitante de Mosteiro de S. Tiago que aprendeu esta técnica com a sua avó. A ordenha, processo que exige alguma perícia, faz parte da sua rotina diária que começa bem cedo com a ida até ao curral das suas cabritas.
Isabel refere a importância do tipo de alimentação das cabras para a qualidade do leite, por exemplo, uma alimentação à base de carqueja produzirá um queijo de sabor e textura diferentes.
No período em que há uma maior produção de leite, para além de consumir queijo fresco, Isabel também seca alguns, que conserva em vácuo no frigorífico, prolongando assim a sua validade de consumo até um ano.
Neste processo artesanal, é usado cardo que é colhido durante os meses de verão, seco e armazenado, em detrimento do coalho químico.
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa