nome: |
Tia Desterra |
ano nascimento: |
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freguesia: | Póvoa de Varzim |
concelho: |
Póvoa de Varzim |
distrito: |
Porto |
data de recolha: | 2007 |
- A abantesma e a mulher
- A abantesma e o homem
- A bruxa às canichas
- A bruxa e o peixe
- A esposa bruxa
- A tia ressuscitada
- Alma penada na igreja
- Ceia de Natal
- Diabo preso
- Latinórios
- O bezerro maldito
- O diabo e o Adolfo
- O diabo na igreja
- O diabo no muro da igreja
- O espírito mau no morro
- O fim das bruxas
- O peixe grande
- O voo do namorado
Póvoa de Varzim "A abantesma e o homem" - Relato de encontro de um homem com uma abantesma (fantasma). Ti Desterra, Póvoa de Varzim, Registo 2007 E então, o meu avô tinha aqui uma bonita história, não é? O meu avô veio pela Praça do Almada acima e chega aqui à beira do cruzeiro, tem aqui uma cruz. E que vê o meu avô? Uma abantesma na frente dele. O que é uma abantesma? O que eles explicavam que era uma abantesma? Diz que era um vulto muito alto, com as vestes tipo um padre. Mas muito alto. E quanto mais eles olhavam, mais crescia. E o meu avô… Aquilo havia uma táctica: aquilo crescia, crescia, diz que fazia um arco. E eles pegavam num tamanco e atiravam. Se o tamanco passasse, eles podiam passar por baixo do arco, não fazia mal nenhum. Se o tamanco viesse para trás, não podiam ir. E o meu avô que fez? Mandou o tamanco. O tamanco voltou para trás, bateu-lhe no peito: - Não vou, estou perdido. Mas que fez ele? Subiu pela cruz acima e amarrou-se à cruz em cima e deixou-se ficar. Cheio de medo: faz uma pequena ideia! Quando veio as pessoas para ir para a missa primeira, – que era para a matriz, que era, como é? A capela mãe, a igreja mãe, que era a igreja matriz – olharam para cima, viram o meu avô amarrado ali! - Ai, está ali um homem, está ali um homem, está ali um homem! Quem é? - Ai, é o Tio Mocetão! -o meu avô tinha o apelido de Mocetão. - Ai, o Tio Mocetão! Ó Tio Mocetão! -já o meu avô devia ter bastante idade. - Desça! -Mas ainda subiu a cruz, subiu a cruz com medo! E então depois o meu avô que esteve a contar o que viu e que se assustou e que ele que esteve ali bastante tempo, de volta dele. Mas também, de volta dele, que não se chegou à beira: sempre de volta, sempre de volta, sempre de volta. E o meu avô que dizia assim: - Vai-te embora, o que é tu queres de mim? Vai-te embora, deixa-me em paz! Vai assim, vai assado, vai-te embora! E isso foi passado com o meu avô. O meu pai é que nos contava essa história. [1] Fantasma, espectro. Actividades promovidas pelo Município da Póvoa de Varzim, Biblioteca Municipal e Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim. Comunidade piscatória da Póvoa de Varzim
Inventário PCI
Transcrição
A abantesma [1] e o homem
Caraterização
Identificação
Contexto de produção
Contexto territorial
Contexto temporal
Património associado
Contexto de transmissão
Equipa